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Lendas da nossa terra

12
Abr16

Lenda de Rio Tinto

 

Rio Tinto tem o seu nome ligado ao rio que atravessa a cidade, havendo mesmo uma lenda que explica o porque do nome Rio Tinto.

No início do século IX, os Cristãos ganhavam terreno aos Mouros. Governava o Conde Hermenegildo Gutierres o território da Galiza até Coimbra, tendo como centro o Porto.

Contudo, o Califa Abderramão II, com um poderoso exército, fez uma violenta investida, cercando a cidade do Porto. O Rei Ordonho II desceu em socorro do seu sogro, o Conde Gutierres, conseguindo afastar os Mouros e perseguindo-os para longe da cidade. Junto a um límpido ribeiro, travou-se a sangrenta batalha. Na memória do povo, ficou o sangue derramado que, de tão abundante, tingiu as cristalinas águas do rio, passando desde então a chamar-se Rio Tinto.

O rio atravessa a freguesia sensivelmente a meio, numa orientação aproximada Norte-Sul. Nasce em Ermesinde, muito perto do limite norte da freguesia e é a principal, e quase única, linha de água que existe na localidade. Durante séculos, o rio forneceu à população água e peixe. As lavadeiras ganhavam a vida nas suas águas, proliferavam nas margens os moinhos, cujos moleiros disputavam com os lavradores a água das regas. Mais recentemente, durante a última década do século XX, o rio que corre em Rio Tinto foi alvo de um crime ecológico, tendo uma parte considerável da sua extensão sido entubada e enterrada a alguns metros abaixo da superfície do solo, de forma a facilitar a expansão urbanística do pequeno município.

 

MONTE DA BURRA

 

             Era uma vez um Monte (qual fosse então o seu nome , não restou qualquer memória).

             Era uma vez , nesse monte , uma fábrica.

             Era uma vez , nessa fábrica , operários marceneiros , que com as suas maõs hábeis , trabalhavam a madeira , dando corpo

             a uma tradição secular.

             Era uma vez crianças , muitas crianças ...

             Era uma vez um lavrador.

             Era uma vez a burra do lavrador.

             Um dia ....

           As crianças , descuidadas , e ainda não sensibilizadas para os riscos que o fogo comporta , resolveram deitar fogo a uns

             papéis velhos , junto das instalações da marcenaria (não havia ainda os papelões , a lembrar a necessidade de reciclagem

             dos desperdíçios).

             E ... ou porque , sentindo frio , quisessem aquecer-se , ou porque se entusiasmassem a presenciar a dança das chamas ,

             foram acrescentando mais e mais papel. Quando se aperceberam do perigo , era já demasiado tarde:a fogueira erguia-se

             em grossas labaredas , avançando devastadoras sobre a fábrica .

             Impotentes para vencer as chamas que , incontroláveis , iam arransando todos os sonhos , os operários resolveram abandonar as

             instalações , pondo a salvo as suas vidas.

             Da marcenaria , apenas restavam cinzas.

             Nas cinzas da marcenaria , o futuro dos operários e suas famílias.

             O lavrador passava por ali , de regresso a casa , condunzindo pela arreata a burra .

             Pressentindo o fogo, a burra ergueu ao ar o seu nariz sensível, aspirou intensamente o cheiro a queimado e fixou os olhos na enorme fogueira.

             Em vão tentou o lavrador obrigar a burra a seuguir o seu caminho: fazendo jus ao aforismo, quando mais o dono a puxava para longe

             do fogo, tanto mais ela, teimosamente num acto suicida, fincava as patas no solo, como que a dizer:"Daqui não saio, daqui ninguém me tira!"

              Cônscio de que não poderia pela força vencer as razões ( fossem elas quais fossem) do animal, o lavrador resolveu pôr-se a salvo,

             abandonando-a à sorte que escolhera (vá lá alguém adivinhar porquê).

             Diz-se que, quando no dia seguinte os operários voltaram ao local para verificar o que sobrara dos seus postos de trabalho, encontraram,

             junto às cinzas da fábrica, o corpo carbonizado da burra e que ali se deixara morrer, ficando até ao fim a observar o espectáculo único

             das chamas bruxuleantes.

             Da fábrica, dos operários, do lavrador, dos meninos que atearam o fogo, ninguém mais falou...

             Mas o Povo, que tem sempre razão, por razões que desconhecemos, decidiu, em memória da burra-poeta, mudar o nome desse local

             elevado (nome que ninguém mais recorda qual seria...) para MONTE DA BURRA.

             É aí, nessa pequena elevação de RIO TINTO,que está instalada a escola Preparatória de Rio Tinto, que por essa razão é a

             ESCOLA DO MONTE DA BURRA.