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Contos e Lendas

01
Fev24

O Castelo de Arminho

 

Quando, em 24 de Junho de  1158, D. Afonso Henriques tomou Alcácer do Sal aos mouros, cimentou o seu prestígio internacional.

Dois anos mais tarde, na cidade galega fronteiriça de Celanova, o monarca português entendeupor bem corresponder ao convite para uma cimeira com Fernando II, Rei de Leão, Estremadurae Galiza. Ora dessa reunião saíram importantes linhas para a jovem pátria portuguesa.

Uma vez regressado à sua corte, o português, que não anunciara entretanto qualquer resultado

Do que tratara, mandou chamar um dos seus melhores cavaleiros,

 Nuno Mendes era o seu nome,

Um jovem que tinha amores com Urraca, de 13 anos, filha segunda do rei e de sua mulher, D. Mafalda.

Pois que lhe queria D. Afonso Henriques?

Incumbir Nuno Mendes de uma missão extremamente delicada.

Pondo-o ao corrente das combinações secretas em Celanova, o rei informou-o de que Fernando II se tornaria senhor dos já referidos três reinos e pretendia uma aliança com D. Afonso.

Não era estranho a isto o facto de o português ser um campeador no que concerne à conquista de território aos mouros.

Porém, D. Afonso Henriques explicou ao seu jovem cavaleiro que só aceitara o pacto com uma condição.

E sabedor por portas travessas dos laços de amor que o uniam à filha, cruelmente explicou-lhe que a condição fora o compromisso de casamento entre Urraca e Fernando II.

Assim não só lho comunicava como também o incumbia transmitir a sua decisão à rapariga.

Nuno Mendes estava visivelmente atrapalhado, mas foi forçado a fazer o que lhe era ordenado.

A infanta Urraca, apesar de tudo, acabou por obedecer ao pai, dispondo-se a casar com o primo

Fernando. Aliás, quando Nuno Mendes lhe começou a dizer que os encontros secretos entre ambos iriam acabar, ela mal entendera que o pai finalmente, aceitava a ligação.

 

 

 

 

 

 

 

Algum tempo mais tarde, D. Afonso Henriques, à frente de suas tropas, dispôs-se a tomar o mítico

Castelo de Arminho, ocupado pelos mouros.

Feito o cerco, defenderam-se os mouros dos ataques dos portugueses,

 morrendomuita gente de um e do outro lado.

 Então D. Afonso Henriques chamou o seu cavaleiro

Nuno Mendes e encarregou-o de ir parlamentar com o chefe mouro.

- D. Nuno Mendes, a missão é arriscada!

- Ordenai Senhor!

- Ide ao castelo e dizei ao alcaide que, se teimarem na luta e eu os vencer,

a todos passarei à espada! Ninguém ficará para contar!

E Nuno Mendes partiu à desfilada, interrompeu-se, tendo o cavaleiro entrado

Na muralha, acenando.

 Garantiu ao rei que tal como lhe dizia o alcaide,

“o castelo se dá”. Aceitando a rendição, D. Afonso mandou hastear

 a sua bandeira e respeitou os vencidos, e, em homenagem ao acto

o rei mudou o velho nome de Arminho por Seda (o castelo se dá)