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Contos e Lendas

30
Jun23

Lenda A Vinhateira e o Certoma

 

Que mais poderia querer a Região dos vinhos da Bairrada do que ter o nome da sua capital

Intimamente relacionado com uma famosa vinhateira do passado?

Porém, um passado tão remoto que não conseguimos descortinar o tempo em que viveu a famosa Ana Dias. Mas temos lenda, e lenda tão interessante como a que dá o nome a boa parte do rio Cértima. O pior destas coisas é que aparece sempre alguém a querer dar cabo da lenda com etimologias e outros dados.

Mas vamos lá às lendas.

- Ana Dias, naqueles recuados tempos, era nome tão respeitado como o de Baco.

Possivelmente até mais. Porque Ana Dias apresentava-se à estrada de Coimbra com os seus maravilhosos vinhos, obrigando a para ali quem fosse ou viesse à cidade dos doutores.

Quantos ali não sentiram o estímulo dos Bairradinos para abrir um livro de leis ou um corpo na mesa da autópsia?

 Também valha a verdade, acreditamos que Ana Dias ou qualquer dos seus vizinhos, decerto também fada ou fadam, rodavam leitões no espeto, até porque não se deve beber sem lastro, nem se deve comer sem o apoio de um pichel dos de Ana dias.

 Ah!, o que nunca conseguimos descobrir ´como se chamava o povoado antes de ele se identificar com a sua personalidade, inapelavelmente mais importante! E qua importa?

 Aqui há uns tempos, numa revista bairradina, o escritos Idalécio Cação levantava a questão de nunca se falar no marido nem nos possíveis filhos de Ana Dias. Era só ela e a sua produção de vinhos. Nem nos sobrou retrato seu, que, a avaliar pela fama, até deveria ter circulado em moeda! Mas não, só a sua fama de fazer parar os viajantes, consolar-lhes os sentidos com as suas produções e ficar a ver dobrar a curva da estrada, mal equilibrados nas suas cavalgaduras.

 E Manuel Rodrigues Lapa, o ilustre filòlogo, que nos teria podido dizer de Ana Dias? Não que a tivesse conhecido, mas por via do topónimo da sua terra.

Quanto ao rio, o leitor deve ter estranhado o nome – Certoma. Toda a gente conhece o rio Cértima agora Certoma. Já lá vamos. Pois o Cértima é um subafluente do rio Vouga, nasce na serra do Bussaco, um pouco abaixo da Cruz Alta, a 380 metro de altura. Galga 43 Km  na direcção sul-norte, atravessando quatro concelhos e a Pateira de Fermentelos. Ora o nome do rio é Cértima, mnas até Avelãs de Caminho é designado por Certoma. E porquê?

Um belo dia, nas imediações de Anadia, a Rainha Santa, que ia peregrinara Santiago de Compostela, sentiu sede. Logo alguns dos seus acompanhantes dirigiram-se ao rio e encheram uma vasilha. Houve até um que provou a água e achou-a imprópria. Mesmo assim, levou-a à soberana, tendo o cuidado de a prevenir. Ao primeiro gole Isabel de Aragão sentiu-se incomodada e comentou:

- Que sabor esquisito, esta água é de certo má… E decerto má a decertomá e desta a Certoma foi um salto de passarinho. Ficou o rio Certoma, mas, a partir de determinada altura, toda a gente passou a dizer Cértima como alternativa a Certoma.