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Contos e Lendas

13
Dez23

Ana de Bragança

 

Era uma vez ... já lá vão muitos lustros, um Senhor Infante, homem bem apessoado e insinuante, fez pousada em Leiria.

Vivia, então, na cidade, uma senhora que aparentava uns trinta anos, muito linda e elegante, chamada Ana Ricardina, natural da Praça de Almeida, lá para as bandas da raia, de ascendência espanhola, segundo uns, de raiz portuguesa, segundo outros.

O Senhor Infante viu a linda Ricardina e logo se apaixonou. Amaram-se muito e muito ternamente. E, passados tempos, a Ricardina começou a perder a elegância e a mostrar os sinais da maternidade.

Ia nascer um menino, o seu unigénito.

Mas o Senhor Infante já feito Rei abalou ... e abalou para longe.

E o menino nasceu, mas o pai jamais o viu.

Ele tinha olhado para baixo; ela tinha olhado demasiado para o alto.

Compreensivo e bom pai, não os abandonou.

E a mãe e o filho passaram a viver de uma pensão que um capitão lhe mandava entregar em nome do Senhor Rei.

Mas um dia o capitão morreu e a pensão ... morreu também.

A Ricardina que já era conhecida por Ana de Bragança começou a sentir dificuldades económicas, por falta da pensão. Mas ela era mulher forte e decidida, com sua grande vontade de viver, e, no desejo de amparar o seu menino, fez-se curandeira.

Passou a curar a espinhela caída como então se chamava, popularmente, ao estado de fraqueza geral. E assim foi vivendo de saudade do Senhor Rei, até que Deus a chamou a si, aos setenta e dois anos de idade, já lá vão muitos lustros, deixando o seu menino, já feito homem e com geração.

Contos e Lendas

07
Dez23

A magia da comunicação

 

“Havia um cego que pedia esmola à entrada do Viaduto do Chá, em São Paulo. Todos os dias passava por ele, de manhã e à noite, um publicitário que deixava sempre alguns centavos no chapéu do pedinte. O cego trazia pendurado no pescoço um cartaz com a frase:

”Cego de nascimento. Uma esmola, por favor”.

Certa manhã, o publicitário teve uma ideia: virou o letreiro do cego ao contrário e escreveu outra frase. À noite, depois de um dia de trabalho, perguntou ao cego como é que tinha sido seu dia. O cego respondeu, muito contente:

– Até parece mentira, mas hoje foi um dia extraordinário! Todos que passavam por mim, deixavam alguma coisa. Afinal, o que é que o senhor escreveu no letreiro?

O publicitário havia escrito uma frase breve, mas com sentido e carga emotiva suficientes para convencer os que passavam a deixarem algo para o cego. A frase era:

“Em breve chegará a primavera e eu não poderei vê-la”.

Na maioria das vezes não importa O QUE você diz, mas COMO você diz.

Contos e Lendas

05
Dez23

A Lenda da Sopa da Pedra

 

Esta lenda que corresponde a Almeirim, tem a particularidade de ser das raras cuja repercussão

Atravessou o tempo e ainda hoje nos senta à mesa, a água na boca, colher na mão, para um saboreio a preceito.

Seja, trata-se de uma festa mitográfica carregada de actualidade.

Eis, pois, a sopa da pedra e a respectiva receita.

Especialidade desta terra a lenda enquadra-se num Frade que tinha tanto de esfomeado e não de comilão, como por aí se diz, como de imaginativo.

Andava o Frade no seu peditório quando foi bater ao portão de um lavrador onde esperava matar a fome.

Porém o lavrador era demasiado avarento e nada lhe quis dar. Não perdendo a bonomia, o Frade disse:

- Bom então vou ver se faço um caldinho de pedra.

Dito isto, baixou-se, pegou numa pedra, deitou-a fora, depois outra, até que encontrou uma que pareceu agradar-lhe.

O lavrador e a mulher, que entretanto acudira, observavam-no com atenção. A principio o casal riu-se, mas o Frade encarou-os e perguntou;

- Nunca comeram caldo de pedra, pois não? – É um petisco de truz!

Curiosos, os lavradores dispuseram-se a apreciar. Então, ele pediu-lhes emprestada uma panela de barro, que encheu de água e nela meteu a pedra bem lavada.

- Se me deixassem pôr isto a cozer aí à lareira…

E quando a panela começou a chiar, o Frade comentou:

- Com um pedacinho de unto, ficava um primor!

- Veio o unto. Depois pediu sal para matar o ensosso.

- Com um nadinha de chouriço, é que isto ganhava graça!

- Depois pediu feijão encarnado, umas batatinhas, e, tudo ia para a panela, de onde saia um cheiro de aguçar o apetite a um morto. Os lavradores, aparvalhados, apreciavam o cozinhado e o Frade lambia os beiços.

- E ficará bom? – perguntava o lavrador.

- Não se nota pelo cheiro? – respondeu o Frade.

- A mulher do lavrador anotava tudo num papel, que não conhecia a receita.

- O Frade retirou a panela do lume e serviu-se numa malga que também lhe emprestaram. Em três malgas bem saboreadas, o espertalhão despejou a panela.

O lavrador e a mulher foram espreitar e viram a pedra no fundo.

- E a pedra, ó Fradinho?

- Ora a pedra … lavo-a e vai no alforge para servir outra vez…

 

Eis a receita para 8-10 pessoas:

1 litro de feijão encarnado

1 orelha de porco

1 chouriço de sangue

1 chouriço de carne

150 Gramas de toucinho entremeado

750 Gramas de  batatas

2 cebolas

2 dentes de alho

1 folha de louro

Coentros, sal e pimenta

- Demolhar o feijão umas horas se for duro. Escaldar e raspar a orelha e cozê-la com o respo em muita água.

Temperar, Se for preciso, acrescentar água a ferver

Quando a carne cozer, retirar e deitar na panela as batatas aos cubinhos e os coentros picados.

Ao retirar a panela do lume, juntar-lhe a carne e uma pedra bem, lavada, que também deve ser colocada na terrina de servir.