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Contos e Lendas

27
Out23

Cuba – Baixo Alentejo

Os Avejões, A manta e as bicas

 

Não são muito de lendas lá por cuba do Alentejo. A única que se lha apanhou é de um cepticismo assombroso, face aos elementos que a poderiam compor! Os recuos no tempo têm por baliza o advento da electricidade e do comboio. Ou então a lenda joga com a maneira de ser tradicional e a vaidade de algum emproado que foi a…Lisboa! Comecemos pelos medos, que sempre têm algum efeito…

Pois aqui e há muitos e bons anos, em Cuba, quando anoitecia, anoitecia mesmo. Cuba quase não tinha luz, e nas ruas só havia a que era fornecida pelos geradores da fábrica de um tal Sr. Borralho. Ora, esta escuridão era propícia a certas movimentações. E então as pessoas diziam: «Anda aí um avejão? Um avejão é um medo, um fantasma, que a ninguém agrada encontrar. Por isso, as pessoas ficavam cheias de medo, e havia mesmo quem não se atrevesse a sair à noite para evitar maus encontros. Ora, em Cuba sempre houve alguém que os viu e descreveu como seres entrapados, arrastando correntes metálicas, fazendo um ruído de arrepiar. Mas a verdade é que as pessoas, com o andar dos tempos, acabaram por dizer, para dar noticia de andar outro avejão pelas ruas: «Olha já nasceu outro avejanito!»

É que afinal de contas, as gentes de Cuba foram-se apercebendo de que os avejões não passavam de vizinhos seus que metiam medo aos demais para que eles os não descobrissem quando iam namorar com esta ou aquela! Assim recorreram ao expediente do avejão. Agora o leitor indo a Cuba ou passando por Cuba, se tiver algum amigo que lhe diga que na vila se meta com as gentes dizendo: «Põe-lhe a maaaanta», não julgue que vai fazer estragos na moral cubense. Podem mostrar-lhe ar zangado, mas é só para fazer aparte. A história é contada pelos antigos, data do tempo em que fizeram a ferrovia do Alentejo. Estava tão bem desenhada que passava tão longe das cidades como das vilas, ainda que obrigatoriamente passasse pelas terras de muitos agricultores. Mas o escândalo era tal que um grande proprietário de Cuba só autorizou a passagem da linha pelas suas terras com a condição de o comboio passare parar em Cuba! E assim se fez. Porém, em Alvito a estação é a uma légua da vila, e os de lá não gostaram nada. Assim, feita a linha na inauguração houve festa em Cuba. E, à passagem do comboio, um cubense pôs a bandeira do concelho a cobrir a máquina. Dois de Alvito que viram disseram, despeitados: «Está a tapa-la com a manta…» E assim nasceu o dichote.

Ora, em tempos havia um rapaz que sonhava ir a Lisboa, que então não era coisa fácil. O pai acabou por deixa-lo ir, mas foi sozinha. Foi no comboio da manhã e veio no da noite. E quando voltou, vinha inchado de vaidade. Mas não sabia como havia de contar O pai bem o entendia. Por isso, quando ele desembuchou. «Atão, pai, as bicas ainda correm água?», ele respondeu: «Nã filho, agora correm merda.» Mas na verdade  é que lá estão ainda hoje as bicas e jorrar. No entanto, quando aparecer algum «lisboeta da Cuba» emproado, dizem-lhe «…temos  de ir ver se as bicas correm água…»

Contos e Lendas

20
Out23

Castelo Branco – A Senhora da Orada e Santo Amador

No seu Portugal Antigo e Moderno, Pinho Leal conta assim a lenda da Senhora da Orada:

«Uma donzela da vila (de Castelo Branco), filha de pais honrados, foi acometida de uma moléstia que lhe fez inchar muito o ventre, O pai, persuadido de que ela se tinha esquecido do que devia a si e aos seus, levou-a a um lugar cheio de matos e bosques incultos, onde havia nuitos animais ferozes, decidido a expor a filha à voracidade deles.

Esta, que estava inocente, implorou a misericórdia da Santíssima Virgem, a qual lhe apareceu, dizendo-lhe que não temesse nada que ela lhe valeria. Disse-lhe que a inchação era produzida por uma cobra que se lhe havia gerado no ventre; que fosse para casa e dissesse a seu pai que mandasse aquecer um pouco de leite e que, ao cheiro dele, sair-lhe-ia a cobra pela boca. Assim fez e o resultado foi o que se esperava.

O pai da donzela mandou logo construir na tal brenha onde havia exposta a filha uma ermida dedicada à Santíssima Virgem, sob o título de Nossa Senhora da Orada, em memória da oração que ali fizera a filha, e na ermida colocou a pele da cobra.»

 

A Cristóvão de Andrade, prior da freguesia de São Miguel, devemos a lenda de Santo Amador, redigida em Maio de 1758:

«Que vendo-se aflita uma matrona com as dores do seu part, esquecida das obrigações de católica, chegou a proferir esta praga: (que no instante que o feto saísse viessem os demóniod todos e o levassem por esses ares, o que na realidade assim sucedeu, e espavorido o tal ermitão com o ruído e estrondo que aqueles espíritos infernais faziam com a apreensão da criança, que já levavam pelos ares, com a maior diligência que lhe permitiu o susto, se pôs em oração, pedindo nesta ao mesmo santo que lhe revelasse a causa de tão horrendo e estranho caso: e certificado dele, suplicou ao santo que fosse servido por intercessão sua que os tais príncipes das trevas lhe fizessem deixação do dito inocente; o que com efeito se executou; e vendo-se perplexo e sem meios para criar e dar sustento à mesma criança, a breves passoas apareceu uma corça fazendo oferta de seus peitos para lhe dar leite, e com a repetição desta dávida, que todos os dias fazia duas vezes, de manhã e à tarde, chegou a criar-se o tal menino, e com a boa educação que lhe deu o dito ermitão gastou os dias da sua vida no exercício de anacoreta com o mesmo; e por morte de ambos apareceram uns ossos muito odoríferos, que ainda hoje existe parte delesem um cofre, comm toda a decência na minha igreja; mas não há clareza, tradição pu noticia qual dos dois seriam; o que é certo é que o dito ermitão lhe pô também o seu nome de Amador, e também ainda hoje se conserva a gruta onde viviam.»

 

Contos e Lendas

13
Out23

Alvíssaras, Alvíssaras – Alvito Baixo Alentejo

 

A uns 30 km de Beja, Alvito tem nos seus pergaminhoso facto de ter sido, aliás durante muitos anos, pousada real. De acordo com a Monarquia Lusitana, esta bela vila alentejana aparece, no reinado de D. Afonso III , a partir da Herdade de São Roque, que o rei doou ao seu chanceler e colaço D. Estêvão Anes em 1225. No entanto, como é natural, perante os numerosos vestígios aparecidos por aqui – desde  moedas romanas a silos, lápides votivas e ruínas de edifícios – é de crer que a zona foi habitada em épocas muito mais remotas. E entre os seus filhos ilustres está o grande poeta que foi Raul de Carvalho, que num dos seus primeiros poemas publicados fez um fabuloso retrato da sua terra natal.

A vida de Alvito, tem ruas e praças

Homens e mulheres e muitas desgraças

A vila de Alvito, tem dois lavradores

Tem muita riqueza e raros amores.

A vila de Alvito, tem uma cruz ao lado

Quem manda na vila não lhe dá cuidado

Malteses, ganhões, sangue misturado.

Na vila de Alvito é que eu fui criado.

Um dos edifícios mais importantes de Alvito é o seu castelo, de toque amouriscado, que foi mandado edificar por D. João II, já destinado a paço realengo , mas apenas terminado no reinado de D. Manuel I.

Pois narra-nos a lenda que o nome da vila vem de um acontecimento ocorrido durante uma festa. É que havia nesse dia uma corrida de touros, e quando os homens os estavam a introduzir nos curros, uma das bestas escapou-se. Desatou o touro a correr pela povoação fora e atrás dele foram algumas pessoas. O animal, intuindo a proximidade da morte, corria furiosamente pelas ruas, arrastando tudo e todos. Como estava um dia deveras quente, pouco a pouco os perseguidores do animal foram perdendo as forças e desistindo. Por fim só ficaram dois homens, decerto mais resistentes w corajosos, que acabaram por capturar o touro  quando este já se ocultara numa negra gruta. Levaram-no de volta à povoação, depois de terem descansado os três debaixo de um chaparro. Quando entraram na vila com o touro preso por uma corda, levaram-no até ao meio da praça gritando “Alvitre” “Alvitre”! que quer dizer “Alvíssaras”. Pois desta espécie de proclamação explica o povo, nasceu o nome de “Alvito”.

 

Contos e Lendas

10
Out23

A Menina e a Moça - Barrancos

Eram sete irmãos e foram correr mundo, ficando em casa a irmã.

Um dia ela foi lavar a roupa e uma águia levou-lhe a touca.

Pediu-a à águia qe a levou também té à cabana onde estavam os irmãos. Eles quseram que ela ficasse a trabalhar para eles.

Dias depois, foi apanhar acelgas e encontrou uma velha que lhe deu das que levava consigo. Ao jantar a moça não quis comer, mas os irmãos sim, ficando eles transformados em boi e ela teve de o levar a pastar.

Encontrou o rei e contou-lhe o que se passara, e ele disse-lhe:

Que fosse para cima de uma árvore e o esperasse que ele próprio levaria o boi e voltaria.

Por baixo da árvore havia uma fonte, e foi lá uma velha que acabou por convencer amoça a deixar-se pentear. Ela deixou e a velha espetou-lhe um alfinete na cabeça, transformando-a numa pomba.

Foi então a velha disfarçada de moça para cima da árvore.

Quando veio o rei  estranhou a diferença e ela respondeu que ele tinha demorado tanto tempo que  o sol a queimara.

O rei levou-a com ele. Depois no jardim apareceu a pomba a fazer-lhe perguntas. Conseguiu o rei apanhá-la e ao passar-lhe a mão pela cabecinha encontrou o alfinete e tirou-lho.

Apareceu então a verdadeira moça. Mataram a velhe e viveram felizes.

Contos e Lendas

01
Out23

Lenda a Ponte dos Almocreves

Claro que sabem, os Almocreves eram os homens que transportavam mercadorias em bestas de carga.

Possivelmente, também conhecerão a Ponte dos Almocreves, do Cartaxo, da Ereira, da Lapa, de Pontével  e de mais uma data de outros sítios. Iam a Ficueiros, no vizinho concelho do Cadaval, onde compravam peixe e outras mercadorias trazidas por outros almocreves de Peniche e da Nazaré, a quem vendiam o que levavam.

De regresso, pelo caminho, iam vendendo esse peixe. Porém, havia um senão naquele comércio, às terças e às sextas-feiras pela meia-noite, ninguém tinha coragem em passar pela tal ponte.

Contava-se que as bruxas da região se concentravam ali bailando e cantando!

Certa noite de terça-feira, em inverno rigoroso, um almocreve corcunda, não tendo conseguido o vau da ribeira, viu-se na contingência de atravessar mesmo a ponte, o que ele queria evitar. Tentou então fazê-lo o mais disfarçadamente possível. Mas acabou por ser atraído para o meio do baile e fez coro com as bruxas, que cantavam:

   Todas as noites de luar

As comadres galhofeiras

Aqui vêm cantar e bailar

Às terças e sextas-feiras.

 

 E uma das bruxas, contente de o ter ali com elas, disse para as outras:

- Comadres, aqui temos um que é quase como nós, pois vamos compensa-lo

retirando-lhe a marreca, para que nos acompanhe com mais ligeireza!

E pronto, após a noite de festa, o almocreve regressou a casa, vendendo o peixe que levava pelo caminho. A notícia correu a região e, foi parar aos ouvidos de um outro corcunda, só que homem de mau feitio. E este então pensou em ir à Ponte dos Almocreves curar a sua corcunda. E, na sexta-feira seguinte, lá foi o segundo corcunda tentar resolver o seu problema. Ora, como rapaz novo entrou na dança e as bruxas nem deram com ele pelo que se pôs a cantar e, não só o que aprendera com o outro, como ainda uns versos por sua conta.

   Sábados e domingos também

Vá de cantar e bailar

Daqui não sai ninguém!

 

Então o baile parou e as bruxas ficaram a olhar para o intrometido, e logo a chefe disse:

“Para que este não ande para aí a dizer que sabe mais do que nós, vamos pôr-lhe a marreca que na terça tirámos ao outro corcunda.

E assim quando regressou à sua aldeia o corcunda foi motivo de riso dos seus vizinhos.

É que pela boca morre o peixe.