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Contos e Lendas

22
Abr23

Avis - A Corrente de ouro

 

A Lenda é da freguesia de Benavila,  que, ao tempo que se conta, era Boena Vila , vizinha de Avis.

  1. D. Dinis deu-lhe foral em 1296, chegou a ter castelo, mas hoje nada se sabe dele. Pois ali viviam duas famílias rivais, o espanhol González Butrón e o português Pedro de Miranda. Este era casado com uma senhora da Casa de Guevara de quem tinha ma filha, a bela Madalena. Os chefes de ambas as famílias evitavam encontrar-se mas sabiam que uma delas tinha que abandonara região. Por isso Pedro de Miranda mandou dizer ao inimigo que sendo Avis terra portuguesa, ele é que teria de ceder.

Furioso, Butrón, decidiu mudar o rumo das coisas.

Mas com doze anos, Madalena estava apaixonada por José, um pastor de quinze anos de família com posses. Amavam-se em segredo. Ora, uma tarde em que ambos tinham planeado encontrar-se, o rapaz apareceu, afogueado, a querer saber do paradeiro de Miranda, pois soubera de uma cilada que, junto a uma ponte lhe montara o Butrón. E lá foi ao encontro do pai de Madalena. Preveniu-o, mas Miranda desconfiou, mandando verificar. Não tardou a confirmá-la e ficou muito agradecido ao moço pastor, compensando-o com uma corrente de ouro. Embora José nada quisesse aceitar, isse-lhe que se precisasse dele, bastaria mostrar aquela corrente.

Passados tempos, Butrón mudou-se com os seus para Espanha e, um sobrinho de Miranda veio viver para as vizinhanças dos seus parentes. Logo Miranda pensou em casar a filha com o primo, mas Madalena continuava a amar José, que viera Alferes dos campos da guerra. O confessor da rapariga ajudou-a fazendo que o Bispo não consentisse no casamento por serem parentes próximos. Porém de ânimo exaltado, o primo decidiu forçar Madalena no seu próprio quarto evasivamente e fugindo numa daquelas noites. Entrando-lhe no quarto por meio de chave falsa, a situação que criara obrigaria ao casamento. Só que José tinha quem o informasse de tudo, e, na noite marcada pelo sobrinho de Miranda conseguiu entrar no quarto de Madalena primeiro que o primo dela.

Contou-lhe o que se passava e convidou-a a acompanhá-lo, que a levava para um convento, onde tratariam depois do casamento. E ambos desciam pela corda ao mesmo tempo que o primo entrava no quarto. Apercebendo-se da fuga cortou a corda e os dois namorados caíram de grande altura, encontrando a morte no embate dos seus corpos nos rochedos.

O primo saiu do quarto, mas nas escadas deu de caras com Pedro Miranda, que quis saber o que é que ele fazia ali, mas ele respondeu-lhe e fugiu. Logo depois no quarto de Madalena, Miranda percebeu o que se passara. Quis ver quem era que queria fugir-lhe com a filha e viu o cadáver de José que, reconheceu apenas pelo cordão de ouro.

Sensibilizado por tão grande amor, Pedro Miranda mandou erguer uma cruz no lugar em que caíram os namorados com a inscrição “Madalena e José, rezem um padre-nosso pelas suas almas”.

Contos e Lendas

19
Abr23

A Lenda da Sopa da Pedra

 

Esta lenda que corresponde a Almeirim, tem a particularidade de ser das raras cuja repercussão

Atravessou o tempo e ainda hoje nos senta à mesa, a água na boca, colher na mão, para um saboreio a preceito.

Seja, trata-se de uma festa mitográfica carregada de actualidade.

Eis, pois, a sopa da pedra e a respectiva receita.

Especialidade desta terra a lenda enquadra-se num Frade que tinha tanto de esfomeado e não de comilão, como por aí se diz, como de imaginativo.

Andava o Frade no seu peditório quando foi bater ao portão de um lavrador onde esperava matar a fome.

Porém o lavrador era demasiado avarento e nada lhe quis dar. Não perdendo a bonomia, o Frade disse:

- Bom então vou ver se faço um caldinho de pedra.

Dito isto, baixou-se, pegou numa pedra, deitou-a fora, depois outra, até que encontrou uma que pareceu agradar-lhe.

O lavrador e a mulher, que entretanto acudira, observavam-no com atenção. A principio o casal riu-se, mas o Frade encarou-os e perguntou;

- Nunca comeram caldo de pedra, pois não? – É um petisco de truz!

Curiosos, os lavradores dispuseram-se a apreciar. Então, ele pediu-lhes emprestada uma panela de barro, que encheu de água e nela meteu a pedra bem lavada.

- Se me deixassem pôr isto a cozer aí à lareira…

E quando a panela começou a chiar, o Frade comentou:

- Com um pedacinho de unto, ficava um primor!

- Veio o unto. Depois pediu sal para matar o ensosso.

- Com um nadinha de chouriço, é que isto ganhava graça!

- Depois pediu feijão encarnado, umas batatinhas, e, tudo ia para a panela, de onde saia um cheiro de aguçar o apetite a um morto. Os lavradores, aparvalhados, apreciavam o cozinhado e o Frade lambia os beiços.

- E ficará bom? – perguntava o lavrador.

- Não se nota pelo cheiro? – respondeu o Frade.

- A mulher do lavrador anotava tudo num papel, que não conhecia a receita.

- O Frade retirou a panela do lume e serviu-se numa malga que também lhe emprestaram. Em três malgas bem saboreadas, o espertalhão despejou a panela.

O lavrador e a mulher foram espreitar e viram a pedra no fundo.

- E a pedra, ó Fradinho?

- Ora a pedra … lavo-a e vai no alforge para servir outra vez…

 

Eis a receita para 8-10 pessoas:

1 litro de feijão encarnado

1 orelha de porco

1 chouriço de sangue

1 chouriço de carne

150 Gramas de toucinho entremeado

750 Gramas de  batatas

2 cebolas

2 dentes de alho

1 folha de louro

Coentros, sal e pimenta

- Demolhar o feijão umas horas se for duro. Escaldar e raspar a orelha e cozê-la com o respo em muita água.

Temperar, Se for preciso, acrescentar água a ferver

Quando a carne cozer, retirar e deitar na panela as batatas aos cubinhos e os coentros picados.

Ao retirar a panela do lume, juntar-lhe a carne e uma pedra bem, lavada, que também deve ser colocada na terrina de servir.

 

 

Contos e Lendas

17
Abr23

Cinfães – A Morte do Juiz

 

O S. Cristóvão Pinto Machado da Casa de Valbom em Cinfães, publicou num jornal de província – A Justiça, Abril e Maio de 1898 – uma série de folhetins sobre a sua freguesia de São Cristóvão da Nogueira.

Leite de Vasconcelos, correndo o ano de 1903, aproveitou esse material para o “Arqueólogo Português”. Pois não deixa de ter interesse para nós o que nos conta em matéria lendária:

«Na estrada que da igreja segue para Valbom está uma cruz com a seguinte inscrição:

«Aqui mataram João da Fonseca Chaves». E da tradição consta que o morto era juiz da freguesia, quando tinha autoridades próprias para o julgado que constituía; que, estando para julgar um feito entre dois litigantes, um deles mandou ao juiz um cântaro de azeite de presente; mas o outro mandou ao juiz um porco.

A sentença foi favorável ao litigante que mandou o porco ao juiz, e, queixando-se-lhe o litigante condenado da sentença, e principalmente por lhe ter mandado um cântaro de azeite, o juiz respondeu:

- Era realmente muito bom o presente de azeite, mas o porco com o focinho tombou o cântaro do azeite, que se perdeu, e eu entendi que rea aviso para dar a sentença a favor do litigante que mandou o porco.

O litigante condenado, ardendo de indignação contra o juiz, carregou uma espingarda para o matar; mas invocou antes a intervenção divina para permitir que a espingarda negasse fogo, na hipótese de ter sido justa a sentença. E, como apontando e desfechando contra o juiz este caísse morto, ficou o litigante convencido de que fora justa a morte, porque fora injustaa sentença».

 

O Tesouro

Agora o curioso, é que no lugar de São Pelaio, na mesma freguesia, perto de uma fonte de água termal, há uma pedra com uma figura esculpida. A determinada distância dizem haver um tesouro escondido. Ainda lá estará? Vejamos o porquê da dúvida. Em tempos, esteve lá um homem, que disse ser de Lamego, a falar com o dono do terreno, propondo-lhe uma escavação com resultados a meias. Quando se parecia  andar aidna nos preparativos Da prospecção, ele deu dinheiro ao proprietário para que fosse comprar mantimentos a Cifâes, que fica a menos de uma légua. Na sua boa fé, o outro foi.

Ao regressar, viu que o candidato a sócio na prospecção tinha desaparecido. O chão estava todo escavado, avistava-se um túmulo desenterrado e violado e alguém lhe disse que um homem carregara ali um saco de material num macho e se pusera a andar apressadamente.

Ora, a dedução que se fez na altura era de que o sujeito levara coisas de valor, doutro modo ficaria para a merenda. E a atestar isto é o próprio túmulo que ainda hoje se encontra arrumado junto de uma porta da casa do actual dono do terreno.

Contos e Lendas

14
Abr23

 A Vinhateira e o Certoma

 

Que mais poderia querer a Região dos vinhos da Bairrada do que ter o nome da sua capital

Intimamente relacionado com uma famosa vinhateira do passado?

Porém, um passado tão remoto que não conseguimos descortinar o tempo em que viveu a famosa Ana Dias. Mas temos lenda, e lenda tão interessante como a que dá o nome a boa parte do rio Cértima. O pior destas coisas é que aparece sempre alguém a querer dar cabo da lenda com etimologias e outros dados.

Mas vamos lá às lendas.

- Ana Dias, naqueles recuados tempos, era nome tão respeitado como o de Baco.

Possivelmente até mais. Porque Ana Dias apresentava-se à estrada de Coimbra com os seus maravilhosos vinhos, obrigando a para ali quem fosse ou viesse à cidade dos doutores.

Quantos ali não sentiram o estímulo dos Bairradinos para abrir um livro de leis ou um corpo na mesa da autópsia?

 Também valha a verdade, acreditamos que Ana Dias ou qualquer dos seus vizinhos, decerto também fada ou fadam, rodavam leitões no espeto, até porque não se deve beber sem lastro, nem se deve comer sem o apoio de um pichel dos de Ana dias.

 Ah!, o que nunca conseguimos descobrir ´como se chamava o povoado antes de ele se identificar com a sua personalidade, inapelavelmente mais importante! E qua importa?

 Aqui há uns tempos, numa revista bairradina, o escritos Idalécio Cação levantava a questão de nunca se falar no marido nem nos possíveis filhos de Ana Dias. Era só ela e a sua produção de vinhos. Nem nos sobrou retrato seu, que, a avaliar pela fama, até deveria ter circulado em moeda! Mas não, só a sua fama de fazer parar os viajantes, consolar-lhes os sentidos com as suas produções e ficar a ver dobrar a curva da estrada, mal equilibrados nas suas cavalgaduras.

 E Manuel Rodrigues Lapa, o ilustre filòlogo, que nos teria podido dizer de Ana Dias? Não que a tivesse conhecido, mas por via do topónimo da sua terra.

Quanto ao rio, o leitor deve ter estranhado o nome – Certoma. Toda a gente conhece o rio Cértima agora Certoma. Já lá vamos. Pois o Cértima é um subafluente do rio Vouga, nasce na serra do Bussaco, um pouco abaixo da Cruz Alta, a 380 metro de altura. Galga 43 Km  na direcção sul-norte, atravessando quatro concelhos e a Pateira de Fermentelos. Ora o nome do rio é Cértima, mnas até Avelãs de Caminho é designado por Certoma. E porquê?

Um belo dia, nas imediações de Anadia, a Rainha Santa, que ia peregrinara Santiago de Compostela, sentiu sede. Logo alguns dos seus acompanhantes dirigiram-se ao rio e encheram uma vasilha. Houve até um que provou a água e achou-a imprópria. Mesmo assim, levou-a à soberana, tendo o cuidado de a prevenir. Ao primeiro gole Isabel de Aragão sentiu-se incomodada e comentou:

- Que sabor esquisito, esta água é de certo má… E decerto má a decertomá e desta a Certoma foi um salto de passarinho. Ficou o rio Certoma, mas, a partir de determinada altura, toda a gente passou a dizer Cértima como alternativa a Certoma.

 

 

Contos e Lendas

13
Abr23

A História dos ovos cozidos

 

Certo dia a caminho do campo, encontrou um pobre camponês um pequeno saco contendo no seu interior um pedaço de pão e alguns ovos cozidos.

Como se tratava de época de muita fome pois era foi após a guerra, o camponês levou o saco e no campo decidiu comer o referido farnel.

Mas eis que alguém presenciou a o facto e depressa se soube quem tinha encontrado o referido saco e dono logo que soube resolveu denuncia-lo às autoridades competentes, vindo este caso a chegar ao tribunal.

O pobre camponês foi informado do facto e da importância monetária que o lesado pedia pelo referido farnel pois que se tratava de ovos e que estes geravam pintos e pintos geravam galinhas que posteriormente ponham ovos e estes ovos geravam pintos e galinhas e por aí fora que nunca mais acabava, o que levava a uma importante verba que o pobre camponês nunca poderia pagar.

Assim começou o tormento para este pobre camponês que sem poder dormir pensando no que lhe acontecera ia vivendo em constante sobressalto como se iria ver livre desta confusão.

Certo dia regressando de uma feira e depois de ter contemplado com alguns centavos os pobres lhe apareciam pelo caminho deparando-se-lhe mais um, o pobre camponês puxou da carteira e esmolou este com a seguinte frase: - Toma lá também tu dez centavos pobre diabo.

O tempo ia passando e um dia o pobre camponês foi abordado por um indivíduo muito bem posto que lhe fez a seguinte pergunta:

Que se passa contigo que andas com um ar de muito preocupado?

O camponês no seu acto de humildade, contou ao desconhecido toda a história da sua vida e o que o preocupava, pois não sabia como sair desta situação, pois não tinha sequer dinheiro para poder contratar um simples advogado.

O Indivíduo prometeu ali logo ao camponês que nesta situação ele o iria defender em tribunal sem lhe cobrar pagamento algum, e, informado da data de apresentação no tribunal, ele prometeu ao camponês que lá estaria para o defender, porém se chegasse atrasado, que pedisse ao doutor juiz que fizesse o favor de esperar um pouco pois o seu advogado vinha de longe.

 

Chegado o dia da audiência, lá estava toda a gente para assistir a tão insólito caso pois era um caso nunca visto.

Sentados, o réu, o queixoso e seu advogado e toda a população, faltando apenas o advogado do réu, o juiz impaciente ia perguntando pelo advogado do réu ao que este só respondia:

Sr. Doutor Juiz peço-lhe um pouco mais de paciência pois o meu advogado vem de longe e por isso deve estar a chegar.

 

 

 

 

- Mas afinal quem é o seu advogado? Vai perguntando o juiz.

- Não sei, só sei que ele me prometeu de vir e eu confio nele.

Alguns momentos depois, eis que entra pelo tribunal dentro um indivíduo calçando umas socas e fazendo um barulho infernal, deixando todos estupefactos, virou-se para o doutor juiz e exclamou:

Senhor Doutor Juiz, peço desculpa por me atrasar, pois prometi de vir hoje e vim ontem, pois tive que dar ordens aos meus empregados para cozerem 60 móis de favas para semear (um mói correspondia a 60 alqueires).

O Juiz ficou perplexo ao ouvir tal afirmação e virando-se para o suposto advogado, perguntou:

Então, mas as favas cosidas também nascem?

Ao que o outro respondeu:

Na terra onde dos ovos cozidos nascem pintos, também as favas cozidas têm que nascer.

O juiz pensando nesta afirmação, respondeu: pois a verdade é que nada disso pode acontecer e mandando todos para casa encerrou a audiência.

Seguidamente o pobre aldeão procurou pela sala o seu suposto advogado, vindo a encontrá-lo já a rua e dirigiu-se-lhe para poder agradecer tão heróico facto ao que ele lhe lembrou:

Lembras-te de dar uma esmola há algum tempo quando regressavas da feira, e, que disseste ao pobre a seguinte frase: Toma lá dez centavos também tu diabo.

Pois esta esmola que deste foi a mim que a entregaste pois pronuncias-te o meu nome.

Moral da história:

Fazer bem nem que seja ao diabo, um dia a recompensa virá.

 

 

Contos e Lendas

11
Abr23

 

Cartaxo – As panelas de libras e a cobra

 

1 - Quando as tropas Napoleónicas invadiram o nosso país, a par das operações militares faziam assaltos às casas da população civil, levando consigo tudo quanto encontrassem de valor. Ora, obrigadas a fugir de um lado para o outro, as populações tiveram que ocultar os seus haveres mais preciosos. As mais das vezes, metiam-nos em panelas de barro e em baús e enterravam-nos. Acantonados em Santarém os franceses tinham aí a base para toda a espécie de desmandos. Diz a lenda tudo pilhavam «numa área de vinte léguas em redor»!

Entretando, as populações procuravam abrigar-se. E nas bandas do Cartaxo, os de Ereira foram acolher-se ao Bicho Feio, assim como uma grande parte das gentes de Pontével se acolheu à vinha Quinta da Fonte da Telha, onde existia um nicho de almas que, segundo a lenda, lhes daria protecção. Aí houve alguma organzação, determinando-se que cada qual procurasse, esconder, sobretudo enterrar, os seus melhores pertences até à chegada de melhores dias. É verdade que houve muitos que morreram ou foram mortos sem poderem desenterrar os seus valores, perdendo-se estes no segredo, cujos donos levavam para a cova! E o intertessante é que aquela comunidade, temesosa do inimigo comum, defendia-se também dos seus próprios instintos fazendo correr: «No Bicho Feio existe um tesouro. Quem o encontrar morrerá sem dele desfrutar.»

Porém nem todos têm receado a maldição, sobretudo com o decorrer dos anos, chegando-se a uma altura  em que não se sabe o que é de cada um. No entanto, a verdade é que ninguém tem consegudo deitar a mão ao mais pequeno espólio, quanto mais tesouro!

 

2 - Falando-se de tesouros, mesmo que estes sejam provenientes de situações aflitivas como estas, a um  par de séculos de nós, a verdade é que entra no jogo das lendas uma qualquer moura encantada. Pois não vamos deixar fugr a história desta. Ela era bem linda e encontra-se, vejam lá!, junto da Fonte do Bicho Feio. Pois aí mesmo a moura encontrou um homem que andava à caça. Ela gostou dele e ele dela, logo ali trocaram promessas e juramentos de amor. Bem,mas aquilo foi tão de repente que, passado algum tempo, o caçador lembrou-se de que, afinal, ainda tinha de ir a sua casa e ela que o esperasse ali, pois não tardaria a regressar.

Bem esperou a linda moura…

Nunca mais volto o seu apaixonado à Fonte do Bicho Feio!

Todos os dias a linda moura ia para ao pé da fonte esperar o caçador. E tantas vezes o fez que acabou por transformar-se numa cobra, e, desde aquela altura, ainda não acabou a sua solidão.

E é curioso verificar, vão lá ver um destes dias!, apesar de a fonte ser de mergulho, as suas águas nunca estão quietas. Ao anoitecer, elevam-se umas vozes num canto tão suave como triste. Olhando as águas nestas circunstâncias, vê-se a formação de imagens, uma delas será o vulto da infeliz moura. Ae quem ali passa escuta também o rastejar da cobra a caminho da água. Diz ainda a lenda que nas noites de maior calor tudo isto se escuta num bom espaço

 

Contos e Lendas

10
Abr23

Arruda dos Vinhos - Os Lobisomens

 

Em Arruda dos Vinhos, conta a lenda que havia lobisomens que saiam à noite de casa sob a forma de burros, perús e outros animais. Certa noite, uma mulher que desconfiava que o marido era lobisomem tentou curá-lo. E, o mal cura-se voltando do lado direito a roupa que o lobisomem despe e deixa-a do avesso para ir correr o fado. Ele, feito um burro, já saíra de casa quando pressentiu que a mulher lhe virara a roupa. Quis voltar a trás para atacar, no entanto a mulher fechara a porta. Mas como tivera tempo de pôr a roupa pelo direito, ela curou o marido, que de burro logo voltou a ser homem, mas todo nú.

 

 

E em burro também se transformava o último lobisomem de Arruda dos Vinhos.

Todas as noites de lua cheia ele galopava, percorrendo sete vilas castelhanas. Pois uma noite, certo sujeito que tinha a mulher doente, saiu para chamar o médico. Ia com pressa e aproveitou um burro que andava por ali. Para o prender, atou-lhe o cinto das suas calças ao pescoço e lá foi tratar do que tinha a tratar. No fim, fugiu-lhe o burro. Já na manhã seguinte, contou a história do burro a um seu vizinho e, este, sem comentários devolveu-lhe o cinto, denunciando-se. Na lua cheia seguinte, quando o lobisomem despia a roupa para se transformar em burro o amigo apareceu de repente. Deitou a mão à roupa do vizinho e virou-a para o lado direito slvando-o. Assim curou o vizinho e desde então nunca mais houve noticias de lobisomens em Arruda dos Vinhos.

 

Contos e Lendas

05
Abr23

 

Barcelos 

Lenda da Capela das Cruzes

Barcelos é também uma cidade polarizadora das atenções de milhares de pessoas por altura da Festa das Cruzes.

Pois há uma lenda relacionada com a magnífica Igreja das Cruzes. Não exactamente com ela, que foi construída entre 1705 e 1729, mas com a anterior, do inicio do século XVI.

Pois a lenda conta-nos como um tal D. Pedro Marins, um fidalgo conquistador, tentou requestar a filha do sapateiro João Pires. E o homem foi tão insolente, que o sapateiro pregou um par de bofetadas que lhe ficaram marcadas na cara que lhe ficaram marcadas por muito tempo.

Pois deu-se o caso de a rapariga um dia ter ido à paria de Esposende recolher despojos de um naufrágio e trazer para casa o pedaço de uma cruz, que lançado pelo pai ao fogo, maravilhou as gentes ao ser projectada numa das ruas de Barcelos.

O fidalgote quis levantar o ovo contra o sapateiro, mas acabou por se render à realidade Divina.

Era então vê-lo ajoelhado pedindo perdão pela injustiça e comportamento que cometera e exortou os Barcelenses a erguerem a antiga Capela das Cruzes da qual a actual Igreja é sucessora.

 

Provérbios

04
Abr23

 

Provérbios

O Bem soa e o Mal voa;

Aquilo que sabe bem ou é pecado ou faz mal;

Água fervida alimenta a vida;

A água corrente não mata a gente.

Fidalgos, galgos e pardais, são três espécies de animais

Mulher que assobia, ou é cabra ou é vadia

Mãos frias, coração quente, amor para sempre

Não há Domingo sem missa, nem segunda feira sem preguiça

 Quem se deserda antes que morra, merece com uma cachaporra

A rico não devas e a pobre não prometas

Contos e Lendas

04
Abr23

Ponte de Lima

Os quatro Presidentes

 

Ah!  mas sabiam que no terceiro domingo do mês de junho os Presidentes das Juntas de Freguesia de Calheiros, Cepões, Bárrio e Vilar do Monte se juntam a uma mesa cujos assentos se encontram nos extremos das quatro freguesias do Concelho de Ponte de Lima? E isto tem uma lenda por trás. E vem do século XVII. Então, num mesmo dia, das igrejas paroquiais das referidas freguesias saiam procissões penitenciais em honra de São Sebastião. Designavam-se estas por Procissões do Cerco, e as vias por onde passavam eram os caminhos do Cerco. Pediam-lhe proteção contra a peste, a fome e a guerra. Lembrando que os Abades nessa altura tinham poder para tratar dos problemas das suas comunidades, convergindo na mesa  as procissões, os párocos ocupavam s seus lugares. E aí discutiam os problemas comuns, tendo representantes das suas paróquias a pouca distância, consultando-os quando nescessário. Depois de alguns anos de interrupção, a tradição foi retomada em 1988, só que em vez dos padres são os presidentes das referidas juntas.

 

 

 

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