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Contos e Lendas

08
Abr22

A Buraca da Moura - Abrantes

 Falando em Alvega e vamos agora a Areia-Casa Branca na margem esquerda da ribeira da Represa, um pouco abaixo das ruínas do pequeno monumento romano perto da ponta da estrada 118.

Passava ali a via romana que de Abrantes ia para Alvega, Gavião, Arronches, até Mérida. Ora, naquele sitio é a Buraca da Moura, seja uma fenda, que não escapa à tenda!

E a lenda conta que naquela buraca vivia escondida uma  bela Moura, naturalmente encantada. Apenas saia de noite para cantar as suas tristezas. Ora, também é voz corrente que naquela buraca começa um túnel que, que passando sob a ribeira, alcança a margem direita da Represa e vai dar algures, a alguns quilómetros dali. Só que a memória popular perdeu a localização dessa saída, e, já ninguém se arrisca a fazer o túnel por dentro. Uma vez um pastor terá dito que ali, junto à Buraca da Moura, lhe desapareceu uma cabra e só deu com ela bastante longe, lembrando-se do túnel. Mas também não deu com a outra saída – ou entrada!

Num livro sobre monumentos militares, fala-se num túnel devido à engenharia romana, para passagem directa  da água da barragem para campos agrícolas, mas a verdade é que a orientação dada na obra não corresponde à orientação do túnel da lenda. Também por isso é lenda e tem uma moura encantada de serviço…

 E já agora, será que ainda está na Igreja (abrantina) de São Vicente essa relíquia que é o dente de São Vicente? Se está. Saibam que quem para lá a levou foi Pedro Afonso, irmão bastardo de D. Afonso Henriques. Outras relíquias do mártir estão em Lisboa, na Sé e, ao que parece, também na Igreja de São Vicente de Fora.

 

Lenda da Noiva e os Tapetes de Arraiolos

És como a noiva de Arraiolos, diz-se no Alentejo quando alguém demora a arranjar-se mais do que o devido.

Porquê? Pois há muitos e muitos anos vivia em Arraiolos uma rapariga cristã que ficou noiva de um jovem fidalgo. Ora no dia do casamento a vila calhou ser atacada pelos Mouros. Assim como eram precisos todos os homens para a defesa, a cerimónia foi adiada. Vencidos os Mouros, estes foram perseguidos pelos guerreiros de todas as terras alentejanas. Era a reconquista que durou alguns anos.

Mais tarde, quando o fidalgo noivo voltou da guerra, quis avançar com o casamento e mandou recado à antiga noiva.

Marcada nova cerimónia, o noivo aguardava com os seus convidados, mas ela não aparecia.

Desesperavam já todos quando surgiu a prometida coberta com uma albarda!

Querendo recuperar a beleza da sua juventude, não encontrou outra maneira para o fazer. E, ao que parece ninguém soube entendê-la, nem os do seu tempo, nem os vindouros!

Ora, o que os vindouros nunca perderam de vista foi a tapeçaria de Arraiolos. E, perguntando-se a sua origem, logo surge a lenda a explicar. É que em tempos há muito passados, um casal de Árabes deslocou-se a Portugal e demorou-se na vila. Apresentavam-se embrulhados em belas mantas muito trabalhadas e feitas com um ponto muito invulgar. Logo os ricos da terra arranjaram que eles ensinassem aos seus empregados o referido ponto e os respectivos desenhos. E assim se iniciou este belo artesanato alentejano!