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Contos e Lendas

22
Jul21

As Santas cabeças

 

Na ponta mais ocidental do Algarve, aí está p concelho de Aljezur. Da sua antiguidade dão noticia achados arqueológicos do paleolítico e elementos da cultura mirense (4.000 a. C), para além de descobertas de cerâmica grega. Pois na igreja matriz desta vila estão depositadas duas caveiras conhecidas como Sanas Cabeças. Um pouco de toda a região, ali afluem grupos de pessoas, padecendo de mordeduras de cães e outros animais, dores de cabeça e de dentes, males de coração e outros. Procuram lenitivo, cura. E aquelas relíquias são veneradas e dizem-nas milagrosas.

E a história vem do tempo do Rei D. Manuel I e do bispo do Algarve D. Fernando Coutinho. Pois então existiam no espaço geográfico deste concelho dois lavradores, João Galego e Pedro Galego, pai e filho, reconhecidamente trabalhadores, bondosos e justos. Porém, a fama deles cresceu quando começou a constar que apenas com o hálito curavam os doentes que junto deles acudiam. E deles restam a lenda e as Santas Cabeças de Aljezur, que continuam a ser veneradas. Mais recuada no tempo é a lenda da tomada do castelo de Aljezur, que, como a vila, foi fundado no século X pelos Árabes. A conquista cristã ocorreu exatamente no dia 24 de junho de 1249, reinado de D. Afonso III. Numa operação que começou muito de madrugada, cavaleiros da Ordem Militar de Sant’Iago comandados pelo seu mestre D. Paio Pires Correia, usaram um estratagema, contando com a traição – inconsciente? – de uma moura apaixonada.

A lenda começa no ano anterior ao da conquista, quando a moura Mareares, que tinha amores com um cavaleiro cristão, lhe contou que a 24 de junho os árabes não faltavam ao banho na praia da Amoreira. Ora, essa informação teve grande importância militar, pois, chegado aquele dia do ano seguinte, os cavaleiros da Ordem de Sant’Iago camuflaram-se com arbustos e, enquanto os guerreiros árabes se banhavam na longínqua praia, entraram  o castelo.

O castelo seria tomado ao romper da alva, e logo os conquistadores se ajoelharam para agradecer a Deus e a Nossa Senhora da Alva, ficando esta, e até hoje, como padroeira de Aljezur. Diz-se que a sogra do alcaide, uma velha cega, com a sua neta pela mão, andava a passear pelas muralhas àquelas horas do romper do dia. E a movimentação dos guerreiros cristãos abrigados nas ramagens chamou a atenção da menina que perguntou:

- Ó avó, as árvores também andam? E, mais a meio da manhã quando os árabes regressavam ao castelo após o banho ritual, foram surpreendidos e presos pelos homens de D. Paio, que os mandou acorrentar e levar para a zona sul do castelo. Aí impiedosamente o mestre de Sant’Iago mandou decapitá-los, ficando o local a denominar-se Degoladouro, sendo depois as suas cabeças lançadas  para a zona norte, para um sítio ainda hoje chamado Cabeças!

Contos e Conts Lendas

20
Jul21

A História dos ovos cozidos

 

Certo dia a caminho do campo, encontrou um pobre camponês um pequeno saco contendo no seu interior um pedaço de pão e alguns ovos cozidos.

Como se tratava de época de muita fome pois era foi após a guerra, o camponês levou o saco e no campo decidiu comer o referido farnel.

Mas eis que alguém presenciou a o facto e depressa se soube quem tinha encontrado o referido saco e dono logo que soube resolveu denuncia-lo às autoridades competentes, vindo este caso a chegar ao tribunal.

O pobre camponês foi informado do facto e da importância monetária que o lesado pedia pelo referido farnel pois que se tratava de ovos e que estes geravam pintos e pintos geravam galinhas que posteriormente ponham ovos e estes ovos geravam pintos e galinhas e por aí fora que nunca mais acabava, o que levava a uma importante verba que o pobre camponês nunca poderia pagar.

Assim começou o tormento para este pobre camponês que sem poder dormir pensando no que lhe acontecera ia vivendo em constante sobressalto como se iria ver livre desta confusão.

Certo dia regressando de uma feira e depois de ter contemplado com alguns centavos os pobres lhe apareciam pelo caminho deparando-se-lhe mais um, o pobre camponês puxou da carteira e esmolou este com a seguinte frase: - Toma lá também tu dez centavos pobre diabo.

O tempo ia passando e um dia o pobre camponês foi abordado por um indivíduo muito bem posto que lhe fez a seguinte pergunta:

Que se passa contigo que andas com um ar de muito preocupado?

O camponês no seu acto de humildade, contou ao desconhecido toda a história da sua vida e o que o preocupava, pois não sabia como sair desta situação, pois não tinha sequer dinheiro para poder contratar um simples advogado.

O Indivíduo prometeu ali logo ao camponês que nesta situação ele o iria defender em tribunal sem lhe cobrar pagamento algum, e, informado da data de apresentação no tribunal, ele prometeu ao camponês que lá estaria para o defender, porém se chegasse atrasado, que pedisse ao doutor juiz que fizesse o favor de esperar um pouco pois o seu advogado vinha de longe.

 Chegado o dia da audiência, lá estava toda a gente para assistir a tão insólito caso pois era um caso nunca visto.

Sentados, o réu, o queixoso e seu advogado e toda a população, faltando apenas o advogado do réu, o juiz impaciente ia perguntando pelo advogado do réu ao que este só respondia:

Sr. Doutor Juiz peço-lhe um pouco mais de paciência pois o meu advogado vem de longe e por isso deve estar a chegar.

 - Mas afinal quem é o seu advogado? Vai perguntando o juiz.

- Não sei, só sei que ele me prometeu de vir e eu confio nele.

Alguns momentos depois, eis que entra pelo tribunal dentro um indivíduo calçando umas socas e fazendo um barulho infernal, deixando todos estupefactos, virou-se para o doutor juiz e exclamou:

Senhor Doutor Juiz, peço desculpa por me atrasar, pois prometi de vir hoje e vim ontem, pois tive que dar ordens aos meus empregados para cozerem 60 móis de favas para semear (um mói correspondia a 60 alqueires).

O Juiz ficou perplexo ao ouvir tal afirmação e virando-se para o suposto advogado, perguntou:

Então, mas as favas cosidas também nascem?

Ao que o outro respondeu:

Na terra onde dos ovos cozidos nascem pintos, também as favas cozidas têm que nascer.

O juiz pensando nesta afirmação, respondeu: pois a verdade é que nada disso pode acontecer e mandando todos para casa encerrou a audiência.

Seguidamente o pobre aldeão procurou pela sala o seu suposto advogado, vindo a encontrá-lo já a rua e dirigiu-se-lhe para poder agradecer tão heróico facto ao que ele lhe lembrou:

Lembras-te de dar uma esmola há algum tempo quando regressavas da feira, e, que disseste ao pobre a seguinte frase: Toma lá dez centavos também tu diabo.

Pois esta esmola que deste foi a mim que a entregaste pois pronuncias-te o meu nome.

Moral da história:

Fazer bem nem que seja ao diabo, um dia a recompensa virá.

 

 

Contos e Lendas

17
Jul21
  1. Jorge e o Dragão

 

O culto de S. Jorge foi introduzido em Portugal nos primórdios da nacionalidade, através dos cruzados ingleses que participaram na Reconquista. Entre alguns dos devotos deste Santo, que nasceu de uma ilustre família cristã de Capadócia (actual Turquia), estão D. João I e o Condestável Nuno Alvares Pereira.

 Mestre-de-campo do imperador Diocleciano com apenas vinte anos, o valente S. Jorge insurgiu-se contra a injustiça da perseguição dos cristãos. Por esta razão, o imperador romano mandou-o torturar mas este escapou ileso à roda de pontas cortantes que lhe deveria dilacerar o corpo. Mas S. Jorge acabou por morrer decapitado nos finais do século III.

  A história mais conhecida de S. Jorge tem a ver com a morte de um dragão terrível que existia em Silene, na Líbia. Os habitantes desta cidade ofereciam-lhe duas ovelhas por dia, para acalmar a sua fúria. Um dia, porém, o dragão tornou-se mais exigente e reclamou um sacrifício humano, cuja escolha aleatória recaiu sobre a filha única do rei da Líbia. Foi então que S. Jorge apareceu e se ofereceu para lutar com o dragão, libertando a cidade daquele terrível jugo. Montando a cavalo com a sua lança, feriu o dragão e, ordenando à princesa que tirasse o seu cinto e com ele amarrasse o pescoço do dragão, trouxe-o preso para a cidade. Aí chegados matou o dragão perante todos os habitantes, depois de exigir em troca a sua conversão ao cristianismo.

 Mas os habitantes de S. Jorge, perto de Aljubarrota, reclamam uma outra versão da história do dragão passada na sua terra. Era então S. Jorge um oficial romano que estava aquartelado naquela região e tinha por costume mandar os seus soldados dar de beber aos cavalos na "Fonte dos Vales", no ribeiro da mata. Mas, no momento em que os cavalos bebiam surgia da fonte um dragão que os devorava. Os soldados, com medo de serem também mortos, recusavam-se a voltar à fonte. S. Jorge dirigiu-se à fonte, deu de beber ao seu cavalo e quando o dragão surgiu, matou-o com a sua lança. Por esta razão, foi construída uma capelinha naquele local onde foi colocada a imagem de S. Jorge a cavalo, dominando o temível dragão

Provérbio e Adivinhas

13
Jul21

Adivinhas - paera saber a rsposta passe o cursor a seguir ao R

  1. O que é, o que é? O nadador faz para bater o recorde.

R.Nada.

 

  1. O que é, o que é? O tomate foi fazer no banco.

R.Tirar extrato.

 

  1. O que é, o que é? Tem 5 dedos, mas não tem unha.

R.A luva.

 

  1. O que é, o que é? Anda com a barriga para trás.

R.A perna da gente.

 

  1. O que é, o que é? Um tigre que se parece com um velho.

R.Quando é um tigre de bengala.

 

  1. O que é, o que é? Tem mais de dez cabeças e não sabe pensar.

R.Uma caixa de fósforos.

 

  1. O que é, o que é? Enche uma casa, mas não enche uma mão.

R.Um botão.

 

  1. O que é, o que é? Nasce a socos e morre a facadas.

R.O pão.

 

  1. O que é, o que é? O animal que não vale mais nada.

R.O javali.

 

  1. O que é, o que é? Tem pescoço e não tem cabeça, tem braços e não tem mãos, tem corpo e não tem pernas.

R.A camisa.

 

  1. O que é, o que é? Quanto maior menos se vê.

R. A escuridão.

 

  1. O que é, o que é? Faz virar a cabeça de um homem.

R. O pescoço.

 

  1. O que é, o que é? O bicho que anda com as patas.

R. O pato.

 

Provérbio e Adivinhas

13
Jul21
  1. O que é, o que é? Quanto mais se tira mais se aument R. O Buraco

R.buraco.

O que é, o que é? Fica cheio durante o dia e vazio durante a noite.

  1. R. O sapato.

 

  1. O que é, o que é? Quanto mais cresce, mais baixo fica R. O rabo de cavalo

 RR

 

  1. O que é, o que é? Vários pontinhos amarelos na parede.

R. Fandangos alpinistas.

 

  1. O que é, o que é? Mesmo atravessando o rio não se molha.

R. A ponte.

 

  1. O que é, o que é? Há no meio do coração.

R. A letra “a”.

 

  1. O que é, o que é? Se alimenta de léguas.

R. O papa-léguas.

 

  1. O que é, o que é? Tem no meio do ovo.

R. A letra "v".

 

  1. O que é, o que é? Está sempre no meio da rua e de pernas para o ar.

R. A letra "u".

 

  1. O que é, o que é? O zero disse para o oito.

R. Que cinto maneiro!

 

  1. O que é, o que é? Todo mês tem, menos abril.

R. A letra "o".

 

  1. O que é, o que é? Fica no início da rua, no fim do mar e no meio da cara.

R. A letra "r".

 

  1. O que é, o que é? O cavalo foi fazer no orelhão.

R. Passar um trote.

 

  1. O que é, o que é? Tem cauda, mas não é cão; não tem asas, mas sabe voar. Se a largam, não sobe, e sai ao vento a brincar.

R. A pipa.

 

  1. O que é, o que é? Pode passar diante do sol sem fazer sombra.

R. O vento.

 

Contos e Lendas

13
Jul21

A fada do castelo de Gratot

 

No antigo Condado de Normandia, perto da cidade de Coutances, morava um jovem da nobre família de Argouges.

Esse forte e brilhante cavalheiro adorava passear a cavalo horas a fio.

Um belo dia, próximo de um pequeno lago, ele ouviu um canto melodioso que provinha de uma voz doce.

Avançando lentamente, encontrou uma bela dama junto às águas límpidas.

Tão suaves eram seus gestos, tão charmosa sua voz, e tão rara e irreal sua beleza, que o jovem foi logo conquistado por ela.

– “Bom dia... eh ... bela senhorita.

– “Oh, o senhor me pegou de surpresa.

– “Quer dizer... por favor...

– “Não vos escuseis, meu senhor, eu não deixo de cumprir todas as regras. Bom dia, nobre senhor.

– “Bom... eu diria...

– “Hi hi hi hi, o senhor me faz rir com os seus tartamudeios.

– “Bela senhorita, quereis casar comigo?

– “Antes de vos dizer SIM, quero um favor.

– “Farei tudo o que seja de vosso prazer, minha amiga.

– “Eu vos peço de jamais pronunciar na minha presença esta palavras: M.O.R.T.E.

– “Mas por quê?

– “Prometei-me isso e eu me casarei com o senhor.

– “Vossos desejos são ordens!

O castelo de Gratot hoje está em ruínas.

Ambos viveram sete anos na maior das felicidades.

Certa noite, eles organizaram uma festa no castelo.

A fada – pois era disso que se tratava – ficou demorando muito diante do espelho.

Perdendo a paciência e enfurecido pela demora da bela esposa, o senhor gritou, desde um dos extremos do corredor:

– “Minha Senhora, vós sois muito lenta nos vossos afazeres! Seríeis rápida em pedir a morte?

A fada soltou então um berro desgarrador, subiu na beira da janela e desapareceu, deixando impresso no muro a marca de seu pé e de sua mão.

No lago só se viam ondas circulares.

 

Se nas noites de tempestade, perto das antigas residências dos senhores de Argouges e do castelo de Gratot, ouvirdes uma voz murmurar “Morte... Morte...”, não fiqueis apavorados, pois é a fada a infestar aqueles locais.

E, sobretudo, antes de se casar, considerai fazê-lo com moças de famílias bem conhecidas, e não com qualquer uma, que seduz e depois se revela uma fada esquisita, ou uma bruxa.

 

Lenda do penedo dos ovos (pedra amarela)

 

Existe, no meio da serra de Sintra um penedo elevado a prumo, caprichosamente, pela Natureza, ou produzidos pelas convulsões vulcânicas do terreno em tempos ignotos, anda ligada à seguinte lenda:

 

Dizia-se em tempos que por baixo de tal pedra havia um tesouro escondido (um tesouro encantado) que pertenceria a quem fosse capaz de derrubar o penedo , atirando-lhe com ovos.

 

Uma velha meteu então na cabeça que esse tesouro havia de lhe pertencer. Para tal, a velha começou a juntar tantos ovos quantos podia. Quando achou que já tinha uma boa provisão, deu início à sua ingénua tarefa. Carregou, pouco a pouco, todos os ovos para as imediações do penedo, e meteu mãos à obra. Um a um, dois a dois, e com quanta força dispunha, ia arremessando os ovos contra o penedo. Quando já não lhe restava nenhum, terrível decepção! O penedo continuava erecto e firme, lavado com ovos!

 

E foi assim que, em vez de cair por terra, o penedo, pondo a descoberto o maravilhoso tesouro, caíram por terra desfeitos todos os sonhos e todas as esperanças da pobre velha! E ainda hoje, o povo sempre propenso ao maravilhoso, julga ver nos musgos amarelados que cobrem o penedo, as gemas dos ovos que a velha contra ele arremessou.

 

 

 

 

 

Contos e Lendas

12
Jul21

A Fonte das Almas

 

Sobre a Fonte Santa de Alte, a norte de Paderne,

concelho de Albufeira, consta que Estácio da Veiga (1836- 1891)

põs a lenda em verso:

 

Era de Maio uma tarde

De tais flores perfumada

Que a virgem Mãe do Rosário

De tanto enlevo elevada

 

Junto à margem de um ribeiro

Céu e terra contemplava.

Nas águas que ali correm

Via-se Ela retratada.

 

E dos mirtais e roseirais

Que o ribeiro refrescava

Uma capela tecera

Para a Senhora da Orada.

 

Tecida que era a capela

Logo ali se ausentara,

Levando no seu regaço

O Filhinho de Sua alma.

 

Indo em meio do caminho

Grande calor apertava,

A água o Menino pedia,

Mas sua Mãe não lha dava.

 

Que dentre aquelas estevas

Olho de água não brotava.

Crescia sede, crescia,

E então a Virgem parava.

 

 

 

 

Lança olhos à ventura,

Vê uma rocha escarpada

Onde o sol dava de face

Com tal ardor que crestava!

 

Palavras que a Virgem disse

Logo pelo Céu entraram,

E o rochedo que as ouvira,

Em fonte se transformara.

 

O caso é que em bem pouco

Água tão fresca jorrava,

Que aos pés da Santa corria,

Como quem os pés beijava.

 

Bebendo que era o Menino,

Toda a fonte se cercava

De alecrins e mangeronas

E rosas de toda a casta.

 

Desde então, ficou a fonte

Chamada a fonte fadada,

Dera-lhe a Virgem três chaves,

Uma de ouro e as mais de prata.

 

Uma para ser aberta

Outra para ser fechada

E outra para ali guardar

Almas puras como a água.

 

Das almas que a Santa Virgem

Muitas vezes lá guardava,

Ficou o povo chamando

À fonte – fonte das Almas.

 

Lenda da Bilha de S. Jorge

 

A Batalha de Aljubarrota travou-se em 14 de Agosto de 1385 entre o exército de D. João I de Portugal e o rei de Castela, num dia de calor abrasador. A batalha tinha sido decidida pelo rei de Portugal e D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, contra a vontade da maioria da nobreza e do exército. A principal razão era a desproporção das forças: trinta mil castelhanos contra sete mil portugueses. O auxílio esperado de Inglaterra não viria a tempo de evitar um eventual cerco à cidade de Lisboa. Era melhor morrer com honra do que a humilhação da fuga. No dia da batalha encontravam-se os exércitos frente a frente, com o sol a queimar o ar e a sede a começar a torturar os soldados portugueses. O Condestável temia mais a sede que o exército inimigo e incumbiu Antão Vasques de procurar água, uma tarefa difícil dada a secura dos regatos. Mas por S. Jorge tudo era possível! Antão Vasques em vão procurou água e já desesperado desceu do cavalo e ajoelhou-se na terra poeirenta e pediu ao seu anjo da guarda o impossível. No mesmo instante, surgiu uma camponesa com uma bilha de água que quanto mais dela se bebia mais de água se enchia como de fonte inesgotável brotasse. Uma água que saciava a sede e renovava as forças e o espírito. Os castelhanos atacaram, certos de encontrar os soldados enfraquecidos pela espera e pela sede. Mas os sete mil portugueses aguentaram firmes e para grande surpresa dos castelhanos ripostaram com tal valentia que estes retiraram em debandada nesse dia de vitória para Portugal. No lugar onde surgiu a jovem camponesa mandou o Condestável erguer a capela de S. Jorge e ainda hoje lá está uma bilha de água para dar de beber a quem passe e tenha sede. S. Jorge ficou também como padroeiro do exército português.

 

 

Contos e Lendas

09
Jul21

Lenda da Nazaré

 

A lenda da imagem de Nossa Senhora da Nazaré remonta a tempos antigos quando o monge grego Ciríaco fugiu com ela para Belém de Judá e a entregou a S. Jerónimo, que por sua vez a enviou a Santo Agostinho, que por sua vez a entregou ao Mosteiro de Cauliniana, a doze quilómetros de Mérida. Foi aqui que puseram à imagem o nome de Nossa Senhora da Nazaré por ter vindo da cidade Natal da Virgem. Quando os mouros derrotaram os cristãos obrigando o rei Rodrigo a fugir para Mérida, este levou consigo a imagem mas não se sentindo aí seguro fugiu de novo na companhia do abade Frei Romano que possuía uma preciosa caixa de relíquias que tinha pertencido a Santo Agostinho. Chegaram os dois fugitivos mais mortos do que vivos ao sítio da Pederneira, hoje chamado da Nazaré, na costa do Atlântico, onde decidiram separar-se. Rodrigo instalou-se no monte de S. Bartolomeu e Frei Romano no monte fronteiriço, combinando comunicarem-se por intermédio das fogueiras que acendiam à noite. Uma noite a fogueira de Frei Romano não se acendeu e Rodrigo foi encontrar o seu companheiro morto. Apavorado, foge com a imagem e a caixa de relíquias para ir morrer perto de Viseu. A imagem e a caixa de relíquias foram encontradas por uns pastores em 1179.

 

Contos e Lendas

07
Jul21

Lenda do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

 

As freiras do Convento da Caloura sentiam-se muito tristes porque o povo da localidade de Água de Pau estava a ficar com pouca fé e temor a Deus. Passavam muito tempo a rezar com grande fervor e achavam que, se tivessem uma imagem nova no seu convento, poderiam atrair os paroquianos de volta aos caminhos da fé.

Resolveram então escrever uma carta ao papa em Roma, para pedir que lhes fosse oferecida uma imagem nova para o convento, visto que não tinham dinheiro para a comprarem pelos seus próprios meios. Mas quando receberam a resposta, verificaram que o seu pedido não tinha sido atendido. No entanto, não desesperaram e, apesar das adversidades, continuaram a ter fé.

Reza a lenda que estes acontecimentos ocorreram numa época em que havia muitos piratas e corsários a percorrer os mares dos Açores. Uma nau que passava ao largo da ilha de São Miguel foi atacada por barcos piratas e muitos dos seus destroços acabaram por dar à costa.

Num destes dias, depois de terem terminado os seus afazeres nos jardins do convento, as freiras encontravam-se a descansar à beira-mar quando viram na água, a flutuar junto às pedras, uma caixa da qual parecia emanar uma luz. Curiosas, desceram para a costa, puxaram o caixote para a praia e quando o abriram viram que continha um lindo busto de Cristo. A imagem tinha um olhar vivo e uma expressão humilde e serena.

De imediato as religiosas acharam que tinham recebido um milagre, porque o Santo Cristo tinha escolhido aportar à ilha de São Miguel, ilha cujo povo tinha fama de ser muito crente. Quando os habitantes de Água de Pau tomaram conhecimento do ocorrido ficaram muitos felizes e a sua fé cresceu. A fama da imagem rapidamente se espalhou desde a vila a outros locais da ilha, juntamente com a fama dos milagres feitos pelo Santo Cristo.

Durante muitos anos esta imagem do senhor Santo Cristo foi venerada no Convento da Caloura. No entanto, devido à proximidade deste com o mar e devido aos constantemente ataques por parte dos piratas, as freiras tiveram que se retirar para Ponta Delgada, para o Convento de Nossa Senhora da Esperança, para onde levaram a imagem de Santo Cristo, onde ainda hoje se encontra.

 

LENDA DAS CAMARINHAS

 

A camarinha, ou camarinheira é um arbusto da família das Empetraceae, endémico em Portugal. Nasce espontaneamente em sistemas dunares ou em matas baixas dos pinheirais da costa atlântica. Produz frutos comestíveis de sabor agridoce e de aspecto leitoso e brilhante como as pérolas (as camarinhas), e delas se confeccionam geleia e compota. A sua rama liberta um cheiro semelhante ao mel.

Trata-se de um arbusto que poderia ser adaptado como ornamental; no entanto é muito pouco observado sem ser no seu estado natural.

 Também a Lenda das Camarinhas (tal como a do milagre das rosas e muitas outras) tem como protagonista a Rainha Santa Isabel.

Esta mulher, que toda a vida foi compreensão e amor, não era feliz. É sabido da História que el-rei D. Dinis cedo a trocou por várias outras mulheres, de quem tinha filhos que trazia para a corte e que ela própria criou como se fossem seus. Quase esquecida pelo marido, diz a lenda que, no seu desespero, a Rainha, informada pelas aias das "andanças" do esposo, o procurava pelo Pinhal do Rei, montada no seu cavalo. Assim explica o povo a origem das camarinhas.