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Provérbios e Adivinhas

28
Abr21

Provérbios

O Pouco basta e o muito se gasta

O novo por não saber e o velho por não poder deitam tudo a perder

O homem pões e Deus dispõe

O boi é que sobe e o carro é que geme

O fruto proibido é o mais apetecido

 

Adivinhas

 

Página 4

 

Depois de ser feita

Em todo mundo sou vendida

Se me prendem estou solta

Se me soltam estou perdida.

R. A agulha

 

Ó que lindo pucarete

Ó que lindo ramalhete

Nem cozido, nem assado

Nem comido com colher

Não adivinhas este ano

Nem para o que vier

Só se eu te disser.

R. A romã

 

Que a não fez ainda a tem

Se se faz deixa de haver

Quem a tem queixa-se dela

Quem a não tem quere-a ter

R. A barba

 

Sou mãe de muitos filhos

E todos comigo tenho

Para os ver fortes e cheios

Dou uma volta, vou e venho,

Mas como no tempo presente

Tudo custa a sustentar

Quando os vejo fortes e cheios

Então ponho-me a cantar.

R. A nora de tirar a água

 

Há muito quem me deseja

E me espere mas enfim

Mal eu chego todos fogem

E até se escondem de mim.

R. A Chuva

 

 

 

 

Contos e Conts Lendas

28
Abr21

A lenda da Ti Águeda

 

Ainda no espólio lendário de Águeda, no lugar do Sardão, que ainda pertence à freguesia

Da cabeça do concelho, há o Medo dos Abadinhos, onde aparecem dois bizarros grupos

que constituem o terror das criancinhas: ou uma porca com pintainhos ou uma galinha

 com porquinhos. E estes sustos não são só prometidos por aqui, que há outros pontos do país

onde os mais velhos ameaçam com eles a felicidade das criancinhas, sobretudo quando se portam mal

Bem, já agora fechamos com o feito da Ti Águeda.

Pois numa margem do rio a quem ela dava ou de quem ele tomava o nome, havia uma  cabana

de pastores.

Como não havia ponte e a corrente separava os dois jovens que se enamoraram. Foi então que

a Ti Águeda enternecendo-se com aquele amor dispôs as suas artes mágicas ao arrumar umas poldras

de modo a permitir a livre aproximação dos lábios daqueles dois enamorados para se beijarem.

Contos e Lendas

24
Abr21

A Abóbada

 

Em 6 de Janeiro de 1401, acorria o povo ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido também pelo Mosteiro da Batalha, para assistir ao Auto de Celebração dos Reis que teria a presença de D. João I.

 O Mosteiro, que nesta altura ainda não se encontrava concluído, era da autoria do mestre Afonso Domingues, cuja idade avançada e cegueira tinham levado ao seu afastamento da grande obra.

A sua conclusão tinha passado para as mãos de um irlandês, o mestre Ouguet e Afonso Domingues não se conformava com o facto de el-rei lhe ter retirado a direcção daquela obra de arte.

João I vinha desejoso de visitar a Casa do Capítulo do Mosteiro que mestre Ouguet tinha recentemente concluído, seguindo o traçado dos projectos de Afonso Domingues à excepção da abóbada que cobria o Capítulo.

 No entender do mestre irlandês, seria impossível concretizar a abóbada imaginada por Afonso Domingues por esta ser muito achatada e, sem consultar o mestre português, decidiu concluí-la de outra forma.

Como D. João I tinha chegado atrasado, resolveu assistir ao Auto dos Reis na igreja, deixando a visita da Casa do Capítulo para o dia seguinte. E em boa hora o fez.

Estava no Capítulo o irlandês Ouguet, vangloriando-se da sua supremacia sobre o mestre português, quando reparou com horror nas fendas que se abriam na abóbada e que ameaçavam a sua queda. Ouguet irrompeu pela igreja como um possesso, dizendo, entre muitas frases incongruentes, que o mestre Afonso Domingues lhe tinha enfeitiçado o trabalho.

 Pensando que o irlandês estava possuído pelo Demónio, os frades acorreram a exorcizá-lo perante o grande espanto do Rei. Ouguet caiu desmaiado ao mesmo tempo que um tremendo estrondo anunciava a queda da abóbada da contígua Casa do Capítulo, apenas 24 horas depois de ter sido concluída. El-Rei D. João I chamou então Afonso Domingues à sua presença e nomeou-o novamente mestre das obras do mosteiro, pondo o irlandês sob as suas ordens.

A construção da abóbada foi então retomada, agora seguindo o seu primitivo traçado.

Chegou assim o grande dia em que foram retiradas as traves dos simples que sustentavam a abóbada. Apenas foi deixada no centro da sala uma pedra onde ficou sentado Afonso Domingues.

A abóbada não caiu e o velho mestre ficou sentado naquela pedra, sem comer nem beber durante três dias, cumprindo um voto que tinha feito a Cristo. Ao fim do terceiro dia, El-Rei recebeu a triste notícia de que o grande arquitecto português tinha morrido antes de proferir as palavras "A abóbada não caiu a abóbada não cairá!".

Da pedra sobre a qual Afonso Domingues acabou os seus dias foi esculpida uma estátua em sua memória, que foi colocada na Casa do Capítulo, honrando assim um dos maiores mestres arquitectos de todos os tempos.

 

 

 

 

 

Contos e Conts Lendas

22
Abr21

As doze palavras

 

Era uma vez um homem muito trabalhador e honrado, mas infeliz em todo negócio em que se metia. Tinha ele devoção ao Anjo da Guarda, rezando todos os dias em sua intenção.

Cada vez mais pobre, o homem perdeu a paciência, e um dia gritou, desesperado com sua triste sina:— Acuda-me o diabo, que o Anjo da Guarda não me quer ajudar!

Apareceu um sujeito alto, todo vestido de preto, barbudo e feio, com uma voz roufenha e desagradável:

— Aqui estou! Aqui estou! Que é que queres de mim?

— Quero ficar rico.

O diabo indicou uma gruta onde havia um tesouro enterrado, e disse:

— Daqui a vinte anos voltarei para buscar-te. Se não disseres as doze palavras ditas e retornadas, serás meu para toda a eternidade.

O homem começou a viver folgadamente, em festas e alegrias, cercado de amigos e de mulheres.

O tempo foi passando, e uma noite ele lembrou-se de que estava condenado às penas do inferno. Só se soubesse as doze palavras ditas e retornadas...

— Isso deve ser fácil — disse ele consigo. — Todo mundo deve saber.

No dia seguinte perguntou aos amigos, aos vizinhos e a todos os moradores da cidade, e não havia quem soubesse o que vinha a ser o que ele lhes perguntava.

O homem afligiu-se muito. Cada vez mais o tempo passava, e ninguém sabia o segredo das doze palavras ditas e retornadas. Largou ele a vida má que levava, fez penitência e saiu pelo mundo, perguntando. Todos diziam:

— Não sei, nunca ouvi falar...

O homem só faltava morrer, com o pavor da ideia de ter de encontrar-se com o diabo e ser carregado para o fogo eterno.

Já correra muito tempo desde que deixara o folguedo dos ricos, vestindo com modéstia e dando esmolas.

Uma tarde, ia por um bosque na hora da "Ave-Maria". Ajoelhou-se para rezar, e ao terminar viu um velho que se aproximava dele.

Cumprimentou-o, e foram andando juntos para a vila. Perguntou ao velho como ele se chamava.

— Chamo-me Custódio — respondeu.

Para não deixar de perguntar, falou nas doze palavras ditas e retornadas. E o velho Custódio lhe disse:

O homem ficou tão satisfeito que abraçou o velho, dando graças a Deus e dizendo que aquilo era um milagre do Anjo da Guarda, sua devoção antiga.

— Como são as doze palavras ditas e retornadas? Qual é a primeira, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! A primeira palavra dita e retornada é a Santa Casa de Belém, onde nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, para nos remir e salvar.

— E as duas palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As duas palavras ditas e retornadas são as duas tábuas de Moisés, em que Nosso Senhor pôs seus divinos pés, e a primeira é a Santa Casa de Belém.

— E as três palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo não! As três palavras ditas e retornadas são as três pessoas da Santíssima Trindade, as duas são as duas tábuas de Moisés, e a primeira é a Santa Casa de Belém.

São Miguel Arcanjo. Fragmento de um Gradual. Cracóvia, Polônia

— E as quatro palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As quatro palavras ditas e retornadas são os quatro evangelistas, as três são as pessoas da Santíssima Trindade, as duas são as tábuas de Moisés, e a primeira é a Santa Casa de Belém.

— E as cinco palavras, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As cinco palavras ditas e retornadas são as cinco chagas de Nosso Senhor.

— E as seis palavras, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As seis palavras ditas e retornadas são as seis velas bentas que estão no altar-mor de Jerusalém.

— E as sete palavras, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As sete palavras ditas e retornadas são os Sete Sacramentos.

— E as oito palavras, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As oito palavras ditas e retornadas são as oito bem-aventuranças pregadas por Nosso Senhor Jesus Cristo.

— E as nove palavras, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As nove palavras são os nove meses que a Virgem  Mãe trouxe Nosso Senhor.

— E as dez, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As dez palavras ditas e retornadas são os Mandamentos da Lei de Deus.

São Jorge. Oficio holandês. Liège, Bélgica.

— E as onze palavras, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não! As onze palavras são as onze mil virgens.

— E as doze, amigo Custódio?

— Custódio, sim; amigo, não!

As doze palavras ditas e retornadas são os doze apóstolos, as onze são as onze mil virgens, as dez os Mandamentos, as nove os meses de Nossa Senhora, as oito as bem-aventuranças, as sete os Sacramentos, as seis as velas bentas, as cinco as chagas, as quatro os evangelistas, as três a Santíssima Trindade, as duas as tábuas de Moisés, a primeira a Santa Casa de Belém, onde nasceu quem nos salvou. Amém! Estas são as doze palavras ditas e retornadas.

— De joelhos te agradeço, amigo Custódio, essa esmola, a qual há de salvar-me do demônio!

— Custódio, sim, e teu amigo. Sou o Anjo da Guarda que vem perdoar-te pelo arrependimento e pela penitência.

E sumiu-se. O homem, quando chegou o prazo para prestar contas ao diabo, disse as doze palavras ditas e retornadas, e o maldito rebentou como uma bola de fogo, espalhando cheiro de enxofre.

O homem viveu santamente seus dias, e acabou na paz de Deus, salvando-se graças ao seu Anjo da Guarda.

 

Contos e Conts Lendas

22
Abr21

A Moura da Barroqueira

 

Vamos voltar a nossa atenção para o lugar da Barroqueira,

na freguesia de Forninhos,

A pouco mais de três léguas da sede do concelho.

Um pastor dali poderá guiar que for até à entrada de uma gruta, disfarçada que está com silvedos e arbustos. Essa entrada contam

as gentes, foi feita pelos Mouros.

Lá dentro há um salão enorme onde desaparecem as ovelhas

que para lá entrem. Come-as uma Moura. Aliás uma lindíssima Moura encantada, pois de cemem cem anos no dia de São Pedro, a Moura sai da gruta e, com muito cuidado para não ser vista,

Empoleira-se nuns penedos a olhar a lua, que estando em quarto crescente, lhe lembra a sua terrae os seus…

 No entanto também se diz:  que todas as noites a Moura corria currais de ovelhas e comia quantas podia como se estivesse a saciar uma fome de cem pessoas!

Ora, continua a lenda, que é variante da outra, uma noite um pastor farto de tantos prejuízos,

levou o seu rebanho até ao pé da entrada da gruta. A dada altura, a moura saiu e ele apontou-lhe a escopeta que levava, e, sem querer saber da beleza dela, perguntou-lhe:

Que andas aqui a fazer? Ao que ela respondeu-lhe sorrindo: - O que tu sabes…

Zangado , gritou-lhe o pastor:

Pois ou voltas para tua gruta ou vai chumbada!

Cheia de medo a Moura desapareceu num ápice.

Bem, e, acabaram assim as visitas aos redis, e, foi a última vez que ela foi vista na Barroqueira.

 

 

 

 

Contos e Lendas

19
Abr21

A Padeira de Aljubarrota

 

Brites de Almeida não foi uma mulher vulgar. Era feia, grande, com os cabelos crespos e muito, muito forte. Não se enquadrava nos típicos padrões femininos e tinha um comportamento masculino, o que se reflectiu nas profissões que teve ao longo da vida. Nasceu em Faro, de família pobre e humilde e em criança preferia mais vagabundear e andar à pancada que ajudar os pais na taberna de donde estes tiravam o sustento diário. Aos vinte anos ficou órfã, vendeu os poucos bens que herdou e meteu-se ao caminho, andando de lugar em lugar e convivendo com todo o tipo de gente. Aprendeu a manejar a espada e o pau com tal mestria que depressa alcançou fama de valente. Apesar da sua temível reputação houve um soldado que, encantado com as suas proezas, a procurou e lhe propôs casamento. Ela, que não estava interessada em perder a sua independência, impôs-lhe a condição de lutarem antes do casamento. Como resultado, o soldado ficou ferido de morte e Brites fugiu de barco para Castela com medo da justiça. Mas o destino quis que o barco fosse capturado por piratas mouros e Brites foi vendida como escrava. Com a ajuda de dois outros escravos portugueses conseguiu fugir para Portugal numa embarcação que, apanhada por uma tempestade, veio dar à praia da Ericeira. Procurada ainda pela justiça, Brites cortou os cabelos, disfarçou-se de homem e tornou-se almocreve. Um dia, cansada daquela vida, aceitou o trabalho de padeira em Aljubarrota e casou-se com um honesto lavrador..., provavelmente tão forte quanto ela.

 

O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros clamores da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército português que naquele dia derrotou o invasor castelhano. Chegando a casa cansada mas satisfeita, despertou-a um estranho ruído: dentro do forno estavam sete castelhanos escondidos. Brites pegou na sua pá de padeira e matou-os logo ali. Tomada de zelo nacionalista, liderou um grupo de mulheres que perseguiram os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas. Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu lavrador mas a memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre como símbolo da independência de Portugal. A pá foi religiosamente guardada como estandarte de Aljubarrota por muitos séculos, fazendo parte da procissão do 14 de Agosto.

Provérbio e Adivinhas

16
Abr21

 

Adivinhas

Numa sala de quatro cantos

Cada canto tem um gato

Cada gato vê três gatos

Quantos gatos há na sala?

R . Quatro

 

Muitas damas num castelo

E todas vestem de amarel

R. As laranjas na árvore

 

Sou uma velha muito velha

Só com as velhas me dou bem

Porque estas meninas de agora

Amizade não me têm,

Tenho um pequeno comigo

Inclinado para a dança

Muito agudo da cabeça

Apesar de ser criança,

Quem tem dó de me ver nua

De novo me vê vestir

Com a roupa que me dão

O pequeno vou cobrir

R. Roca, Fuso e o linho

 

Se eu te der uma ovelha das minhas

ficas com o dobro das minhas

Se me deres uma das tuas, ficamos iguais

R. 5 e 7

 

São muitos vizinhos

Muito infileiradinhos

Todos irmãozinhos

Com os mesmos modos

Quando um erra, erram todos

R. Os dentes na boca

 Que é que é, que aberto guarda tudo

E fechado não guarda nada?

R. O guarda chuva

 

Qual é coisa qual e ela

Tem três capas de inverno

A primeira mete medo

A segunda é lustrosa

A terceira é amargosa.

R, A castanha

 

Muitas meninas numa varanda

Todas elas a chorar

Para a mesma banda.

R. As telhas no beiral

 

Se ter voz, encanto que me ouve

Tenho leito e não durmo

E com o tempo corro sempre.

R. A água no rio

 

Sou um corpo com muitas línguas

E com todas elas eu falo

Quando estou com quem me entende

Para dar gosto, não me calo.

R. O piano

 

Eu abro ao amor as portas

Da vida as portas encerro

Permaneço em coisas tortas

Mas não em monte ou desterro.

R. A letra A

 

Nasci grão, fazem-me pó

Para a água escurecer,

Que pessoas apressadas

Logo me bebem com prazer.

R. Café

 

Contos e Conts Lendas

16
Abr21

Sapatinhos Encantados

Era uma vez uma mulher muito bonita que dava estalagem e a todos os almocreves que lá iam perguntava se tinham visto uma mulher mais bonita do que ela. Ela tinha uma filha mais bonita do que ela e tinha-a fechada para ninguém a ver. Disse-lhe um dia um almocreve: «Ainda agora ali vi uma mulher mais bonita a uma janela a pentear-se.» «Ai! Era a minha filha; pois vou mandar matá-la.»

E mandou dois criados matá-la a um monte e ela disse-lhes que a não matassem, que a deixassem, que prometia não tornar a casa.

Os criados tiveram dó dela e deixaram-na. Ela foi indo e chegou a uma serra e viu uma casa; era noite; pediu se a acolhiam e não achou ninguém. Entrou para dentro e fez a ceia, e assim que a acabou de fazer, escondeu-se; nisto chegaram ladrões que vinham de fazer um roubo e, depois que viram a ceia feita, começaram a dizer:

«Ai! Quem nos dera saber quem é que fez a ceia. Se por aí está alguém, apareça.»

E ela apareceu-lhes e contou-lhes a sua sorte, coitadinha, e eles disseram: «Agora não se aflija; há-de ficar connosco e fazemos a atenção que você é nossa irmã.»

Daí por diante os ladrões lá iam para os seus roubos e ela ficava sempre; eles estimavam-na muito e tratavam-na.

Ia uma velhota a casa da mãe dela que andava sempre em recados por muitas terras e a mãe dela disse-lhe: «Você, como anda por muitas terras, diga-me se já viu uma cara mais linda do que a minha.»

E ela disse-lhe:

«Vi, vi uma rapariga que ainda era mais linda que você em tal banda.» «Você quando vai para lá? Quero que lhe leve uns sapatos.» E deu uns sapatos à velha e disse-lhe:

«Leve-lhos e diga-lhe que é a mãe que lhos manda; mas ela que os calce antes de você de lá sair; eu quero saber de certo que ela os calça; olhe que eu pago-lhe bem.»

A mulher levou os sapatos à filha; chegou lá e disse-lhe: «Aqui tem esses sapatos que lhe manda a sua mãe.

 «Ela disse-lhe: «eu não quero cá sapatos nenhuns; meus irmãos dão-me quantos sapatos eu quiser; não os quero.»

A velha teimou tanto com ela que ela pegou neles; calçou um, fechou-se um olho; calçou outro, fechou-se-lhe o outro olho e ela caiu morta. Depois vieram os ladrões, choraram muito ao pé dela, lastimaram muito a morte dela e depois disseram:

«Esta cara não há-de ir para debaixo da terra; levemo-la num caixão à serra de tal banda que vem lá o filho do rei à caça para ele ver esta flor.»

Depois levaram-na a esse sítio; veio o filho do rei e viu-a e achou-a muito bonita e depois tirou-lhe um sapato e ela abriu um olho, tirou-lhe outro, abriu outro olho e ficou viva.

E ele então levou-a para casa e casou com ela e foram visitar a bêbeda da mãe e esta ainda depois mesmo a queria mandar matar, mas não o conseguiu.

 

 

 

Contos e Lendas

14
Abr21

S. Jorge e o Dragão

 

O culto de S. Jorge foi introduzido em Portugal nos primórdios da nacionalidade, através dos cruzados ingleses que participaram na Reconquista. Entre alguns dos devotos deste Santo, que nasceu de uma ilustre família cristã de Capadócia (actual Turquia), estão D. João I e o Condestável Nuno Alvares Pereira.

 

 Mestre-de-campo do imperador Diocleciano com apenas vinte anos, o valente S. Jorge insurgiu-se contra a injustiça da perseguição dos cristãos. Por esta razão, o imperador romano mandou-o torturar mas este escapou ileso à roda de pontas cortantes que lhe deveria dilacerar o corpo. Mas S. Jorge acabou por morrer decapitado nos finais do século III.

 

 A história mais conhecida de S. Jorge tem a ver com a morte de um dragão terrível que existia em Silene, na Líbia. Os habitantes desta cidade ofereciam-lhe duas ovelhas por dia, para acalmar a sua fúria. Um dia, porém, o dragão tornou-se mais exigente e reclamou um sacrifício humano, cuja escolha aleatória recaiu sobre a filha única do rei da Líbia. Foi então que S. Jorge apareceu e se ofereceu para lutar com o dragão, libertando a cidade daquele terrível jugo. Montando a cavalo com a sua lança, feriu o dragão e, ordenando à princesa que tirasse o seu cinto e com ele amarrasse o pescoço do dragão, trouxe-o preso para a cidade. Aí chegados matou o dragão perante todos os habitantes, depois de exigir em troca a sua conversão ao cristianismo.

 

 Mas os habitantes de S. Jorge, perto de Aljubarrota, reclamam uma outra versão da história do dragão passada na sua terra. Era então S. Jorge um oficial romano que estava aquartelado naquela região e tinha por costume mandar os seus soldados dar de beber aos cavalos na "Fonte dos Vales", no ribeiro da mata. Mas, no momento em que os cavalos bebiam surgia da fonte um dragão que os devorava. Os soldados, com medo de serem também mortos, recusavam-se a voltar à fonte. S. Jorge dirigiu-se à fonte, deu de beber ao seu cavalo e quando o dragão surgiu, matou-o com a sua lança. Por esta razão, foi construída uma capelinha naquele local onde foi colocada a imagem de S. Jorge a cavalo, dominando o temível dragão

Provérbios e Adivinhas

11
Abr21

Provébios e Adivinhas

 

Bom é saber calar, até ter tempo falar

Burro que geme, carga não teme

Burro velho não aprende linguas

Cada um vê mal ou bem conforme os olhos que tem

Cada terra cm seu uso e cada roca com seu fuso

De grão em grão enche a galinha o papo

De livro fechado não sai letrado

Não censure dor alheia quem nunca dores sentiu

Não medram as galinhas onde a raposa mora

Não há regra sem excepção, nem mulher sem senão

 

 

Adivinhas

Para saber a resposta passe o cursor a seguir ao R

 

O que uma impressora diz para a outra?

R. Esta folha é tua ou é impressão minha

 

O que é que o 4 diz para o 40?

R. Passa-me a bola

 

O que é que a esfera diz para o cubo?

R. Deixa de ser quadrado

 

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