contador de visita

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

http://joaoalegria.blogs.sapo.pt

<div id="sfc33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5"></div> <script type="text/javascript" src="https://counter8.stat.ovh/private/counter.js?c=33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5&down=async" async></script>

http://joaoalegria.blogs.sapo.pt

<div id="sfc33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5"></div> <script type="text/javascript" src="https://counter8.stat.ovh/private/counter.js?c=33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5&down=async" async></script>

Contos e Lendas

19
Set19

 

GRUTA DA LAPA DE SANTA MARGARIDA

     Situada no sopé da Serra da Arrábida, junto ao mar, aonde se chega por barco ou por terra por um caminho construido ali por um ermitão, descendo-se cerca de 200 degraus de pedra até ao local, a gruta da Lapa de Stª Margarida é um lugar invulgar muito visitado ainda hoje, onde se encontra uma capela em estado degradado construida ali no século XVII. Nela existiam 3 imagens (de Nª Srª da Conceição, Stº António e Stª Margarida) nos nichos que se vêm na figura acima mas que desapareceram com o tempo, estando uma delas guardada no Convento da Arrábida.

 Neste lugar faziam-se muitas peregrinações nos séculos passados, principalmente os sírios dos Pescadores vindos nos seus barcos engalanados de todo o lado, e o ambiente tornava-se festivo mas de autêntico Recolhimento Espiritual, onde as pessoas oravam e cantavam unidas pelo mesmo sentimento de fé independentemente de sua convicção pessoal. Hoje não é mais assim e o local até se encontra um tanto desprezado.

 A gruta mede cerca de 22 metros de comprimento (o números de Anciãos ou Sábios) mas como se liga em algumas partes com outras partes mais pequenas, mede na totalidade 40 metros (número referido várias vezes na Bíblia como marco de acontecimentos importantes. Exe: os 40 dias e 40 noites de chuvas no Dilúvio, os 40 dias que Moisés passou no Monte Sinai, os 40 dias que Jesus passou no deserto, etc.), e pode conter até 400 ou 500 pessoas que no acto litúrgico no passado em louvor à Santa ali venerada, em Missa Cantada, com archotes na mão, dava ao tecto (de estalactites) efeitos surpreendentes que impressionavam a nossa visão. Nesta gruta brotava também, de uma fonte, a mais bela e fina água que entretanto deixou de correr por razões que talvez tenham a ver com obstruções de rochas ou galhos secos no percurso da água pela Serra.

 No silêncio da gruta que à entrada faz lembrar a penetração para o "útero materno", ouvem-se as ondas do mar batendo nas rochas, cujo eco no interior torna o local misterioso, quase mágico, perturbado apenas pelo piar persistente de gaivotas que por ali existem, sentindo-se naquele espaço uma estranha sensação mas maravilhosa vibração. (Clicar na imagem acima para viver um pouco esses momentos que ali captei com minha câmara de filmar).

 A verdade é que pouco se sabe porque é que se chama ao local "Lapa de Stª Margarida" e qual das 3 Santas corresponde o mesmo nome de épocas e nacionalidades diferentes (ver aqui), pois que a gruta era mais visitada pelos Pescadores que ali veneravam a Nª Srª da Salvação ou da Galé como ficou sendo conhecida numa lenda que conta que um grupo de pescadores foi perseguido no mar, atacados por um navio corsário, ou piratas sarracenos, que entretanto ficaram encalhados próximo da Lapa onde os perseguidos se salvaram todos. Como tinham invocado a imagem de Nª Srª do Menino Jesus que se encontrava na Gruta, foi então que em memória disso fizeram um barco e colocaram na mão esquerda da imagem, ficando assim conhecida por "Nª Srª da Galé" ou da Salvação. Curiosamente, esta imagem está esculpida também numa parede dos jardins do Convento dos Capuchos na Caparica. (Ver aqui)

 Defronte da lapa, existe um Penedo sobre o qual D.Álvaro de Lencastre (Duque de Aveiro) passava horas nas suas pescarias, ficando assim conhecido como o Penedo do Duque. Esse Penedo, prende-se também a uma lenda do povo que dizia que ali apareciam "monstros marinhos" que apavoravam as pessoas, tradição esta igual à da orla marítima de Sintra onde a voz popular jurava que ali apareciam criaturas marinhas com metade do corpo humano e outra metade com caudas de peixes, cujas narrativas Damião de Góis recolheu e incluiu na sua obra de 1554 Urbis Olisioponis.

 E pronto, fica aqui mais uma pequena contribuição para a divulgação de coisas de Setúbal (Seth-Ubal) e seus mistérios, como cidade cheia de história num país que se chama Portugal (Porto-Graal), faltando este cumprir-se de novo (como dizia Fernando Pessoa) para tempos que trarão novos rumos ao Mundo e Acontecimentos necessários a uma Nova Era Universal.

Frei João sem cuidados

 O rei ouvia sempre falar em Frei João sem cuidados, como um homem que

não se aflige com coisa alguma deste mundo.

- Deixa estar, que eu é que te vou meter em trabalhos!

- Mandou-o chamar à sua presença e disse-lhe:

- Vou dar-te uma adivinha e, se dentro de três dias não me souberes responder

mando-te matar.

- Quero que me digas o seguinte: - Quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e

o que é que eu penso?

- Frei João sem cuidados saiu do palácio bastante atrapalhado, pensando na

resposta que havia de dar àquelas perguntas.

O seu moleiro, encontrou-o no caminho e estranhou ver Frei João sem cuidados

de cabeça baixa e macambúzio.

- Olá Senhor Frei João sem cuidados, então o que é isso que o vejo tão triste?

- É que o Rei disse-me que me mandava matar se dentro de três dias se eu não

lhe respondesse a estas perguntas: Quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e o que é que ele pensa.

O moleiro pôs-se a rir e respondeu-lhe: Não se preocupe Frei João sem cuidados,

- Empreste-me o seu hábito de frade que eu resolvo ao questão.

- O moleiro, vestindo o hábito de frade, passados os três dias, dirigiu-se ao palácio pensando nas boas respostas que iria dar ao Rei.

Pediu então audiência ao Rei e na presença do mesmo foi certeiro nas respostas.

 Então à resposta: Quanto pesa a lua?

A resposta foi: Saberá Vossa Majestade que não pode mais que um arrátel,

porque todos dizem que ela tem quatro quartos.

É verdade diz o Rei.

E agora diz-me quanta água há no mar?

- Resposta pronta do moleiro:

- Isso é muito fácil de saber. Mas como Sua Majestade, só quer saber da água do mar, é preciso primeiro mandar fechar todos os rios +porque sem isso nada feito.

- O Rei achou bem respondido. Mas zangado por ver que Frei João sem cuidados

se escapava das dificuldades, voltou ao ataque:

- Agora se não souberes o que eu penso, mando-te matar!

- O moleiro respondeu prontamente.

- Ora vossa Majestade pensa que está a falar com Frei João sem cuidados,

mas a verdade é que está a falar com o seu moleiro e deixando cair o hábito

de frade deixou o Rei pasmado com tal esperteza.

 

Contos e Lendas

11
Set19

Os navios e a vida

 

Certa vez, um homem sábio foi às docas para observar os navios entrarem e saírem do porto. Percebeu que, quando um navio saía para o alto mar, todas as pessoas no cais festejavam e desejavam boa viagem. Enquanto isso, um outro navio entrou no porto e atracou. De maneira geral, foi ignorado pela multidão.

O sábio dirigiu-se às pessoas, dizendo: “Você estão olhando as coisas ao contrário! Quando um navio parte, não se sabe o que virá pela frente, ou qual será o seu fim. Portanto, na verdade não há motivo para celebrar. Porém quando um navio entra no porto e chega ao lar em segurança, este é um motivo para fazê-los sentir alegria.”

A vida é aquela viagem e nós somos o navio. Quando nasce uma criança, festejamos. Quando uma alma volta para casa, pranteamos. Porém se víssemos a vida na terra da mesma maneira que o sábio via o navio, talvez pudéssemos dizer: “O navio terminou sua jornada, enfrentou as tempestades da vida, e finalmente entrou no porto. E agora está seguro em casa.

Contos e Lendas

09
Set19

 

O SAPATEIRO POBRE

 Havia um sapateiro que trabalhava à porta de casa e todo o santíssimo dia

cantava. Tinha muitos filhos, que andavam rotinhos pela rua, pela muita

pobreza, e à noite, enquanto a mulher fazia a ceia, o homem puxava da

viola e tocava os seus batuques muito contente.

Ora defronte do sapateiro morava um ricaço, que reparou naquele viver e

teve pelo sapateiro tal compaixão que Ihe mandou dar um saco de dinheiro,

porque o queria fazer feliz.

O sapateiro lá ficou admirado. Pegou no dinheiro e à noite fechou-se com a

mulher para o contarem. Naquela noite, o pobre já não tocou viola. As

crianças, como andavam a brincar pela casa, faziam barulho e levaram-no a

errar na conta, e ele teve de lhes bater. Ouviu-se uma choradeira, como

nunca tinham feito quando estavam com mais fome. Dizia a mulher

:- E agora, que havemos nós de fazer a tanto dinheiro?

- Enterra-se!

- Perdemos-lhe o tino. É melhor metê-lo na arca.

- Mas podem roubá-lo! O melhor é pô-lo a render.

- Ora, isso é ser onzeneiro!

- Então levantam-se as casas e fazem-se de sobrado e depois arranjo a

oficina toda pintadinha.

 

 

 

 

 

 

- Isso não tem nada com a obra! O melhor era comprarmos uns campinhos.

Eu sou filha de lavrador e puxa-me o corpo para o campo.

- Nessa não caio eu.

- Pois o que me faz conta é ter terra. Tudo o mais é vento.

As coisas foram-se azedando, palavra puxa palavra, o homem zanga-se,

atiça duas solhas na mulher, berreiro de uma banda, berreiro da outra,

naquela noite não pregaram olho.

O vizinho ricaço reparava em tudo e não sabia explicar aquela mudança.

Por fim, o sapateiro disse à mulher:

- Sabes que mais? O dinheiro tirou-nos a nossa antiga alegria! O melhor era

ir levá-lo outra vez ao vizinho dali defronte, e que nos deixe cá com aquela

pobreza que nos fazia amigos um do outro!

A mulher abraçou aquilo com ambas as mãos, e o sapateiro, com vontade

de recobrar a sua alegria e a da mulher e dos filhos, foi entregar o dinheiro e

voltou para a sua tripeça a cantar e a trabalhar como de costume.

 

O Milagre das Rosas

 

Era uma vez ... vivia o Rei D. Dinis com a Rainha Santa Isabel, no Castelo de Leiria.

A Rainha tinha mandado fazer a igreja de Nossa Senhora da Penha, lá no Castelo, onde moravam, na qual trabalhavam muitos alvanéis.

Santa Isabel, que era muito caridosa e dava muitas esmolas aos pobres, o que às vezes contrariava o Rei, que era bom administrador do reino e da sua fazenda, tanto mais que as esmolas da sua mulher eram grandes e repetitivas.

Um dia, levava a Rainha, numa abada do seu manto, grande quantidade de pães para distribuir pelos mais pobres, quando lhe apareceu, de surpresa, seu marido e Rei, que conhecendo demasiado bem o espírito de bem–fazer da Rainha e calculando o que ela levava na aba do seu manto, lhe perguntou:

“Que levais aí, Senhora?”

Ao que a Rainha Santa lhe responde:

“Rosas, Senhor!”

E a Santa Rainha abrindo o manto em que levava os pães destinados aos pobres, deixou-os cair já transformadas em lindas rosas, frescas e viçosas.

O Rei seguiu seu caminho, sorrindo contente e a Rainha ficou mais contente ainda.