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Momento de Poesia

09
Jul19
O Cantico dos Canticos

 livro "Vilhena"

 Em tempos que já lá vão
Na velha rua das Trinas,
Entrava-se por um portão
P´ra uma casa de meninas.

   Foi ali que debutou
A heroínas desta história,
Que no fado se finou
(Deus a tenha em sua Glória).

   Chamava-se Sulamina;
E as doces carícias dela
Levavam os homens ao céu
(Afirmava a clientela).

   Quando veio aquele decreto
Liquidando lupanares,
Mudou-se p´ra poiso incerto;
Passou a viver nos bares.

   É bela a vida dos bares
"Boites" e cabarés;
Mas, fazer ofício disso,
Muito agradável não é.

  Veio-lhe um dia a ambição
De ter a sua casinha,
Com cama para dormir
Onde dormisse sòzinha.

   E ter um colchão de molas,
Garda-fatos e psiché;
Esquentador e fogão,
Quarto de banho e bidé.

   Não viver mais en pensões;
Acabar co´aquele fadário;
Ser dona de casa sua,
Montada por um otário.

   Andava co´esta fisgada
Quando um dia encontrou
O banqueiro Salomão
A quem logo se atirou.

   Combinaram encontrar-se,
Longe da vista das gentes,
Numa pensão "muito limpa,
Com águas frias e quentes".

   E, já co´a determinação
De extorquir o dinheiro
Ao otário Salomão
Cantou-lhe o "Canto Primeiro".  

Continua....

Momento de Poesia

09
Jul19

Apoteose do Amor

 Deus, só Deus
Sabe que os olhos teus
São para mim
Dois faróis clareando o mar
Na fúria do mar
Onde naufraga uma barca
Que o leme perdeu
Coitada, essa barca sou eu
A naufragar
Na existência que é o mar
Socorre-me com a luz desses faróis
Que são teus olhos azuis
São dois lírios os teus seios alabastrinos
Quase divinos
Parecem feitos para o meu beijo
Muito almejo dos lábios teus
Por um som
Pela glória do nosso amor
Musa dos versas meus
Inspira-me por quem és
Minha alma, bendito amor
Curvada aos teus pés
Rosa opulenta
Que o meu jardim ostenta
A queima em dor
 
Inspiração do meu amor
Eu nem sei por que foi que te amei
Pois tudo em ti é formosura e singular
Amei teu perfil
Amei teus olhos azuis
Eu amei teu olhar
Por fim nem tens pena de mim
Que sofro e choro
Na ânsia de te amar
Ah, triste de quem
Vive a chorar por alguém

Contos e Lendas

09
Jul19

 

Uma lição

 Um famoso palestrante começou um seminário segurando uma nota de 20 dólares.

Numa sala, com 200 pessoas, ele perguntou:

– Quem quer esta nota de 20 dólares?”

Mãos começaram a se erguer. Ele disse:

– Eu darei esta nota a um de vocês, mas, primeiro, deixem-me fazer isto!

Então ele amassou a nota. E perguntou, outra vez:

– Quem ainda quer esta nota?

As mãos continuaram erguidas.

– Bom – ele disse – e se eu fizer isto?

E ele deixou a nota cair no chão e começou a pisá-la e esfregá-la. Depois pegou a nota, agora imunda e amassada, e perguntou:

– E agora? Quem ainda quer esta nota?

Todas as mãos permaneceram erguidas.
– Meus amigos, vocês todos devem aprender esta lição: Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês ainda irão querer esta cédula, porque ela não perde o valor. Ela ainda valerá 20 dólares.
Essa situação também se dá conosco. Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos sujos, por decisões que tomamos e/ou pelas circunstâncias que vêm em nossos caminhos. E assim, ficamos nos sentindo desvalorizados, sem importância. Porém, creiam, não importa o que aconteceu ou o que acontecerá, jamais perderemos o nosso valor ante o Universo. Quer estejamos sujos, quer estejamos limpos, quer amassados ou inteiros, nada disso altera a importância que temos. A nossa valia. O preço de nossas vidas não é pelo que fazemos ou sabemos, mas pelo que SOMOS! Somos especiais….
VOCÊ é especial. Muito especial…. Jamais se esqueça disso!

Anedotas

07
Jul19

A Aposta

 

Estando três indivíduos juntos, um português, um americano e um francês, resolveram criar uma aposta,

afim de verem quem seria o mais mentiroso e. assim ganhar a aposta.

- O americano começou assim:

- O meu avô era tão alto, tão alto, que conseguia meter uma bola de basquetebol, num cesto tão alto,

como a Estátua da Liberdade, sem precisar de saltar.

- Replicou logo o francês:

- Ora! Ora! Isso não é nada. O meu avô era muito mais alto. Tão alto, tão alto, que conseguia apanhar objetos

estranhos acima das nuvens.

- O português desatou a rir.

- Hi!... hi!... hi!... Vocês sabem quais eram esses objetos estranhos? Pois claro que não sabem. - Hi!...hi!...hi!...

Eram os tomates do meu avô.

 

Contos e Lendas

07
Jul19

O Cavaleiro e o pacto com o diabo

 Um cavaleiro nobre, poderoso e rico despendeu todos os seus bens e caiu em muito grande miséria. Tinha uma esposa muito casta e devota da Santíssima Virgem Maria. Havendo uma grande festa na cidade, o cavaleiro queria fazer muitas despesas, mas não tinha mais dinheiro. Por vergonha, foi se esconder numa mata até que passasse a festa.

Estando ele naquele lugar, apareceu-lhe uma criatura muito espantosa em um cavalo assustador, e perguntou-lhe por que estava assim tão triste.

O cavaleiro contou-lhe toda sua história. E a criatura espantosa lhe disse:

— Se quiseres fazer o que eu te mandar, eu te farei ter mais riquezas e mais honras que antes.

O cavaleiro lhe prometeu que faria tudo o que ele quisesse, se ele cumprisse o que estava prometendo. E o demônio lhe disse:

— Vai à tua casa e cava um lugar. Acharás muito ouro. E promete-me que tal dia trarás aqui a tua mulher.

O cavaleiro prometeu. Foi para casa e achou muita riqueza, segundo lhe dissera o diabo, e começou a viver como antes.

Quando veio o dia em que prometera levar sua mulher ao diabo, disse-lhe que subisse em um cavalo, porque haviam de ir longe. Apesar de grande temor, ela não ousou contradizer o marido e foi com ele, recomendando-se a Santa Maria.

Indo eles pelo caminho, viram uma igreja. Ela entrou e o marido ficou fora esperando-a. Enquanto ela rezava devotamente à Santa Virgem, adormeceu.

 A Virgem tomou a semelhança daquela mulher, saiu da igreja, montou no cavalo e seguiu viagem com o cavaleiro, o qual pensava que tinha ao lado a sua mulher.

Quando chegaram ao lugar, veio logo o diabo, mas não ousou chegar perto deles. Começou a tremer, a fazer grande barulho e a mostrar grande pavor. E disse ao cavaleiro:

— Ó falso e muito desleal cavaleiro, por que me fizeste tão grande escárnio, e me fazes tanto mal por muito bem que te fiz?

Tu me prometeste que trarias tua mulher, e trouxeste Maria. Eu queria vingar-me da tua mulher, por muitas injúrias que me faz, e tu me trouxeste Esta que me atormenta gravemente e me lança no abismo do inferno.

Quando isto ouviu o cavaleiro, ficou muito espantado e maravilhado, e com temor não pôde falar. E a Virgem disse ao diabo:

— Por tua ousadia e teu atrevimento, presumias matar uma devota minha. Mas não escaparás assim sem pena. Eu te mando que logo desças aos abismos do inferno, e que daqui em diante não cries obstáculos a nenhuma pessoa que me chamar com devoção.

 

Quando o diabo ouviu isto, partiu logo dali, uivando e fazendo grande barulho. O cavaleiro desceu do cavalo e lançou-se em terra, aos pés da Virgem Maria.

Esta o repreendeu pelo que fizera e mandou-lhe que voltasse, pois acharia sua esposa dormindo na igreja. Mandou que lançasse fora aquelas riquezas conseguidas pelo demônio, e em seguida desapareceu.

O cavaleiro voltou à igreja, despertou sua esposa e contou-lhe tudo o que lhe acontecera. Voltaram para sua casa e lançaram fora o que o demônio tinha conseguido.

Perseveraram em louvores e no serviço da Virgem Maria, muito devotamente, e depois tornaram-se muito ricos a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Contos e Lendas

02
Jul19

Torre dos Namorados

 Conta-se que há muito tempo atrás, no local que hoje é conhecido como o centro da Torre dos Namorados existia uma cidade muito povoada, onde abundava a prosperidade e a felicidade. A cidade era governada por um rei muito consciente dos seus deveres para com os súbditos. Era dotado de um sentido de justiça apuradíssimo e revelava uma moral inabalável e incorrupta. Muito estimado pela população, para este governante, a palavra tinha um valor insubstituível e, dizia-se na altura, "antes preferia morrer que vergar". Tinha o rei uma filha casadoira que fazia suspirar de paixão os mancebos da cidade com sua beleza sem igual. Ousadia para pedir ao rei a mão da princesa faltava a quase todos os jovens apaixonados. O seu perfil de monarca rígido e moralista fazia adivinhar que não teria escrúpulos em mandar para a forca quem se atrevesse a cometer a mais pequena indelicadeza ou ousasse falar-lhe sequer na mão da real filha.

Posta a situação nestes termos, deram os jovens por bem empregue o tempo e a coragem de que dispuseram para se dirigir ao palácio real a pedir ao rei a mão da filha e, no dia seguinte, puseram mãos à obra. Passaram-se meses. As obras de um e outro empreendimento avançavam com rapidez e em breve se concluiriam.

No dia em que terminaram era grande a excitação, quer da corte, quer da população da cidade. Todos se dirigiram ao centro da cidade para verificarem qual dos dois mancebos iria desposar a jovem princesa. Mas o dia, que nascera cinzento, pouco haveria de clarificar. Exactamente ao mesmo tempo em que um jovem colocava a bica na fonte principal de abastecimento da cidade que a partir daí não mais pararia de jorrar, o outro acabava de colocar a última peça de ouro no pináculo de uma espectacular e sólida torre capaz de defender a cidade dos maiores ataques inimigos. Continuava por apurar o noivo da bela princesa. O rei estava estupefacto e a sua face ficou pálida de amargura. Não poderia cumprir o prometido. A população decidiu que os dois jovens deviam bater-se num duelo de espadas e o que ficasse sem se ferir casaria com a jovem. Assim fizeram, mas as espadas quebraram-se ficando os jovens sem uma única beliscadura. Decididamente parecia que a princesa teria de permanecer solteira e o rei sem poder cumprir o prometido. Facto grave e intolerável para o monarca. É que ninguém como ele tomava à letra a sentença: "palavra de rei não volta atrás". O lugar onde teve lugar a matança da princesa ficou conhecido por isso mesmo: Mata da Rainha. Hoje é uma freguesia do concelho do Fundão.

 

 Foi então que, como um trovão, se ouviram as seguintes palavras doídas que saíram da boca do rei: “- Torre feita, água à porta; filha de el-rei morta!”

 A princesa logo percebeu que nunca seria rainha pois estava condenada à morte pela dureza da sentença de seu próprio pai, montou um cavalo e fugiu em direcção ao Sul. De pouco lhe valeu. Rapidamente foi capturada pelos soldados do rei que aí mesmo, cumprindo   ordens, a mataram.

Tempos passaram e a beleza da princesa cada vez era maior. Cabelos de ouro e face que parecia irradiar a luz do sol, caracterizavam a sua beleza única. Certa tarde de Primavera, dois jovens mais ousados e bêbados de paixão dirigem-se corajosamente ao palácio real para falarem com sua majestade a fim de obterem consentimento para casarem com a jovem princesa. O rei recebeu-os com dignidade respeitando os seus sentimentos de puro amor. Obviamente, a sua filha era única e apenas um podia ser o eleito. Como monarca justo que era e, tendo a mesma consideração e estima pelo carácter e amor sincero dos seus dois jovens súbditos, falou-lhes nos seguintes termos: «- Meus caros jovens: não tenho qualquer dúvida que qualquer um de vós ama perdidamente a princesa e poderá vir a ser um excelente marido para a minha filha e um melhor pai para os meus netos e sucessores. Contudo a minha filha, a quem venero com todo o meu coração, é única e vós sois dois pretendentes. Se der a sua mão a um de vós estarei a ser injusto. Entretanto a cidade está a ficar com problemas de abastecimento de água à população que não pára de crescer. Por outro lado, o palácio não tem uma torre sólida e funcional que nos possa por a salvo em caso de um ataque imprevisível dos nossos inimigos. Eis as tarefas que vos proponho: um de vós deve iniciar a construção de um aqueduto suficientemente eficaz e sofisticado que resolva os problemas de abastecimento de água à cidade. O outro deve empenhar-se na construção de uma torre tão sólida e funcional que este reino nada venha a recear em caso de ataque e cerco pelos nossos inimigos. Começai os trabalhos amanhã ao alvorecer. O primeiro que acabe a tarefa que lhe destino terá a honra de casar com a minha filha. Agora ide e que ganhe o melhor!».

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