contador de visita

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

http://joaoalegria.blogs.sapo.pt

<div id="sfc33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5"></div> <script type="text/javascript" src="https://counter8.stat.ovh/private/counter.js?c=33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5&down=async" async></script>

http://joaoalegria.blogs.sapo.pt

<div id="sfc33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5"></div> <script type="text/javascript" src="https://counter8.stat.ovh/private/counter.js?c=33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5&down=async" async></script>

Contos e Lendas

25
Jun19

 

A "LENDA" DA SEARA DE SARDINHAS NA SERRA DO LOURO (PALMELA )

 

Ao ver esta tela, lembrei-me de uma história, que alguns contam como lenda, sobre a linda Serra do Louro, em Palmela .

Não se trata de uma lenda, mas sim de um facto que, os palmelões mais antigos , incluindo meus colegas de escola, dessa naturalidade, não gostam de ouvir falar . Com todo o respeito, vou descrever os factos :

- Pelos anos 40 do passado século, por motivos da Guerra Civil de Espanha (1936/39) e a II Guerra Mundial (1939/45) entre muitas outras carências, havia uma que era essencial.

Adubos para a lavoura, por falta de matéria prima importada do Chile, como os s nitratos, ou os azotos e sulfatos extraídos do cobre ou enxofre , apesar destes últimos minerais abundarem no subsolo nacional.

Todavia, a produção mineira estava quase imobilizada por falta de energia e peças para a maquinaria, além de toda a mineração estar voltada para o "volfrâmio", assim chamavam ao urânio.

Em face dessas carências, foi suspenso o chamado "período de defeso" - alguns meses em que não era permitida ou condicionada a pesca da sardinha - e, este peixe era transportado para umas profundas cisternas nas proximidades dos esteiros do Rio Sado, onde fermentava com a adição de inertes e, produziam o que ao tempo, era conhecido por "buano”, corruptela de Guano.

Aconteceu que certo dia, já não havendo espaço nessas cisternas, uma ou duas carradas de sardinhas foram despejadas, pela calada da noite, numa das encostas da Serra do Louro.

 

 

 

 

 

 

 

 

De manhã, as sardinhas cobriam extensa área e, desde logo se iniciou a " chacota popular ", feita pelos setubalenses de que, os palmelões agora semeavam sardinha na Serra do Louro .

Aínda hoje, muitos não querem ouvir falar em tal coisa ...

Há um dito popular sobre esse acontecimento, mas referente a uma plantação de sardinhas realmente efectuada, o que não acredito, mas dizia-se que alguém de Palmela plantou sardinhas. Obviamente elas apodreceram e criaram vermes ... e o dito plantador disse : - " Se o que promete vinga, está Palmela inundada de petinga " (a)

Mesmo agora, quando vejo algum amigo de Palmela , interrogo-o se, " a serra das sardinhas este ano está boa ?" .

Não posso transcrever, obviamente , a resposta !

Contos e Lendas

18
Jun19

 

A Lenda dos três rios

 

A  Lenda Dos Três Rios

Diz a lenda que três ribeirinhos alegres e saltitantes queriam ver o mar e um dia resolveram meter-se a caminho.

Partimos logo de manhã muito cedo - disse um deles.

Partimos antes do nascer do Sol - disse o outro.

E vamos ver qual de nós chega primeiro ao mar - disse o último.

O luar brilhava nas águas adormecidas dos três ribeirinhos.

No outro dia, o primeiro a acordar bocejou, agitou as águas e pensou:

Partirei já e assim serem o primeiro a chegar!   O ribeirinho que sempre ouvira chamarem-lhe

Tajo deixou-se escorregar pela montanha. Como era um ribeirinho muito alegre saudava os

povoados e as gentes;  a todos dizia adeus e informava:

Vou a caminho do mar; tudo é muito lindo, mas eu quero ver o mar. Adeus, adeus.

Brincava com as raparigas que lavavam a roupa nas suas águas claras, escolhia os caminhos mais belos entre pinheiros, oliveiras e pomares. Aos ribeirinhos que encontrava dizia sempre:

Vou para o mar! Venham comigo! Vamos para o mar!

E muitos abraçavam aquele ribeirinho aventureiro . Cada vez mais forte, o Tajo seguia feliz e encantado com as terras que banhava.

Um dia, uma menina que brincava com as ondas pequeninas chamou-lhe Tejo e ele gostou do novo nome.

Tejo serei para quem me veja.

E para os pescadores, ele ficou a ser o Tejo que lhes dava o sustento de cada dia. Para os lavradores, ele é o Tejo que lhes rega as terras.

Calmo e divertido, o Tejo chegou ao mar entrou nele de braços abertos. Ali estava, azul e refrescante, o mar que procura por tão longo caminho.

Entretanto, tinha acordado outro ribeirinho, aquele que se habituara a que lhe chamassem Ana e sabia que outros que davam o nome de Uadi-Ana, ou seja, Rio Ana.

Ainda ensonado, não sabia bem qual o melhor caminho para chegar ao mar. Ora corria para um lado, ora mudava para outro. mas sabia que o desejo mar se encontrava para sul.

E lá seguia, entre terras baixas e secas; mais tarde entre rochedos queimados pelo sol.

Apercebeu-se então de que o povo o chamava por um novo nome. Agora, para todos, ele era o Guadiana.

 Fez amizade com o Caia e Degebe, uns ribeirinhos tímidos que também queriam ver o mar e se juntaram a este novo amigo.

Um dia, assim em boa união, encontraram o mar, um mar bem azul e águas tépidas e límpidas. O bom do rio Guadiana mergulhou no Oceano Atlântico feliz como uma criança que brinca na areia.

Mas não era ele o primeiro a encontrar o Oceano pois o Tejo, que saíra mais cedo, mais cedo encontrara o mar.

Enfriorado e dorminhoco, o terceiro ribeirinho só acordou quando o sol já tinha acordado há muito tempo.

Estou atrasado! Já é muito tarde! - pensava o ribeirinho ensonado.

Lembra-se de que lhe tinham chamado Durius, mas agora as gentes que o olhavam e lhe chamavam Duero. Corria por terras baixas e secas onde se demorava a observar os campos cultivados.

Mas não deixa de pensar

Vou ser o último! É preciso correr!

E partiu de abalada  esgueirando-se por corredores pedregosos saltando rochedos, correndo apressado, cada vez mais apressado.

Nas suas margens subiam encostas cobertas de vinhedos com folhas verdes na Primavera e folhas douradas no Outono, escondendo pesados cachos de uvas maduras.

Quero chegar ao mar, mas vou ser o último, já sei, vou ser o último! -

Por isso, o Douro que também é Duero e já foi Durius, acabou por seguir o caminho mais agitado.

Pág. 1/2