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Lendas da nossa terra

29
Fev16

LENDA DE SÃO JULIÃO

 

SÃO JULIÃO HOSPITALEIRO

 

Conta a tradição que os pais de Julião eram nobres e viviam num castelo. No dia do seu batizado, seus pais tiveram um sonho idêntico. Nele, um ermitão lhes dizia que o menino seria um santo. O menino foi educado como um nobre, apreciando a caça como esporte, e apesar do caráter violento, era caridoso com os pobres.

Na adolescência, foi a vez de Julião. Ele sonhou com um grande veado negro que lhe disse: "Você será o assassino de seus pais". Impressionado, fugiu para nunca mais voltar. Ficou famoso como soldado mercenário. Casou-se com uma princesa e foi morar num castelo. Certa noite, saiu para caçar, avisando que voltaria só ao nascer do sol. Algumas horas depois, seus pais, já idosos, chegaram para revê-lo. Foram bem acolhidos pela nora que lhes cedeu o seu quarto para aguardarem o filho, repousando.

Julião regressou irritado porque não conseguira nenhuma caça. Mas a lembrança da esposa a sua espera acalmou seu coração. Na penumbra do quarto, percebeu que na cama havia duas pessoas. Possuído pela cólera matou os dois com seu punhal. Ao tentar sair, viu o vulto de sua mulher na porta do quarto. Então, ele compreendeu tudo. Desesperado abriu as janelas e viu que tinha assassinado os pais. Após os funerais, colocou a esposa num mosteiro, doou os bens aos pobres e partiu para cuidar da alma.

São Julião Hospitaleiro

Século VI

Tornou-se outro homem, calmo, humilde e pacífico. Andou pelos caminhos do mundo, esmolando. Por espírito de sacrifício contava a sua história e, então, todos se afastavam fazendo o sinal da cruz. Foi renegado por homens e animais. Vivia afastado, remoendo sua culpa, rezando em penitência, amargando suas visões fúnebres e os soluços da alma. Mas, Julião sentia necessidade de salvar vidas, ajudar os velhos e as crianças doentes e pobres. Decidiu então ajudar os leprosos na travessia de um rio, que pela violência da correnteza fazia muitas vítimas.

Julião, construiu sozinho um caminho para descer até ao rio. Em seguida reparou um velho barco e ergueu uma grande cabana. A travessia passou a ser conhecida por todos os leprosos, pois além de conduzi-los de graça, eram tratados por ele, na cabana. Ficou conhecido por "Julião Hospitaleiro". Costumava ir esmolar para distribuir o que ganhava com os que já não podiam caminhar.A cabana se tornou um verdadeiro hospital para leprosos. A fama de sua santidade começou a se espalhar, mas Julião continuava a sentir o tormento de sua alma, que só era aplacado quando cuidava dos seus leprosos. Até que uma noite, após um leproso morrer nos seus braços, Julião sentiu sua alma inundada por uma alegria infinita e caminhou para se encontrar face a face com Nosso Senhor Jesus Cristo, que o chamou para a glória do céu.

Esta é a história de Julião Hospitaleiro, e se encontra descrita, num dos vitrais da Catedral de Notre Dame, na França, que guarda suas relíquias. A diocese de Macerata, na Itália, onde dizem que ele permaceu durante anos mendigando e ajudando as pessoas com seus prodígios de santidade, também recebeu algumas delas. A Igreja o comemora no dia 12 de fevereiro, data que a tradição indicou como sendo a de sua morte.

Lendas da nossa terra

25
Fev16

SANTA IRIA

Era uma vez ... ali para os lados da Torre havia um lugar chamado de Magueixa.

Lá viviam Emírgio e a sua mulher Eugénia Magueixa, assim apelidada por ter nascido naquele pequeno lugar.

Como eram muito trabalhadores e económicos, juntaram uns dinheiros e construíram uma casa a que o povo passou a chamar a Torre da Magueixa, em lembrança do nome da mulher do Emírgio.

Tempos depois nasceu naquela casa uma menina a quem seus pais puseram o nome de Iria.

Passaram os anos da infância de Iria. E, um dia, os pais mandaram-na para um recolhimento de uma terra chamada Nabância – é hoje a cidade de Tomar – onde viviam duas tias de Iria, irmãs do pai Emírgio, que se chamavam Casta e Júlia.

Em Nabância também vivia um outro parente de Iria, que era abade dos religiosos de S. Bento e que recomendou Iria a um santo monge chamado Remígio.

Iria mostrara sempre uma profunda Fé, uma devoção total, e, por isso, muito bondosa e caridosa, começou a tornar-se notada pelos seus sentimentos cristãos.

Tão profundamente sentia a Verdade pregada por Cristo que procurava a clausura para melhor se sentir junto de Deus, e só saía no dia de S. Pedro para ir rezar na Igreja deste Apóstolo.

Por aquele tempo vivia em Nabância um jovem chamado Bristaldo, filho do Governador, que ao ver na Igreja de S. Pedro, a Iria, muito linda, muito formosa, se apaixonou por ela.

A paixão de Britaldo foi tão forte que adoeceu gravemente.

Iria, por inspiração divina, soube da doença do rapaz e da razão que a provocara e, por caridade, foi visitá-lo, desenganando-o dos seus desejos de se casar com ela. Então Britaldo pediu a Iria que nunca casasse nem amasse a outro rapaz, o que Iria prometeu imediatamente. Com esta promessa tão prontamente feita, o filho do Governador sentiu-se logo melhor.

Mas ... o bom Monge Remígio, a cujos cuidados Iria havido sido entregue, começou a sentir-se apaixonado pela linda Iria e a tentá-la.

Iria não aceitou as tentações do Monge Remígio, o que levou este a tramar uma vingança contra a doce e inocente Iria. E a vingança consumou-se.

 

O monge, que tinha muito de sábio, preparou uma beberagem com ervas, que conhecia, e que provocou a inchação do ventre, dando a aparência de uma falta.

Iria bebeu a tisana de boa fé. E o ventre de Iria começou a inchar, e quanto mais os dias corriam mais ele se avolumava e mais a sua fama de Santa desaparecia.

Todas passaram a duvidar da pureza e da virtude de Iria. Britaldo, o jovem filho do Governador, ao saber o que constava e julgando que Iria faltara à sua promessa, jurou vingar-se e ordenou a um dos seus familiares que a fosse matar.

E o familiar matou Iria, no dia 20 de Outubro de 653, degolando-a, quando Iria, sempre pura e inocente, estava ajoelhada e de mãos postas a rezar, à beira do rio Nabão, que passava junto ao Convento onde estava Iria. E o corpo foi rio abaixo.

No mesmo momento Célio, também tio de Iria, por revelação de Deus, sentiu a trama de Remígio e conheceu o sítio onde estava o corpo de Iria. E tudo revelou ao povo que, cheio de dó e reconhecendo a inocência e a pureza de Iria, deu graças a Deus e foi buscar, em solene procissão, à baixa de Santarém chamada ribeira, o corpo de Iria.

Ali chegados deu-se o grande milagre de se abrirem as águas do Tejo, na margem, até onde estava o corpo imaculado da Santa, sobre um túmulo feito pelas mãos diáfanas dos Anjos.

Era o desejo de seus conterrâneos levar o corpo de Santa Iria, mas ninguém o pôde fazer. Ninguém o movia. Apenas lhe levaram, para recordação, alguns cabelos e pedaços do pano da camisa que milagrosamente serviram para tratamento de cegos e aleijados no Convento de Santa Iria.

Muitos milagres, segundo dizem, se devem a esta Santa, que séculos mais tarde, teve a visita de outra Santa, a Rainha Santa Isabel.

E na Torre, na terra que a viu nascer, ainda hoje existe uma capela da invocação de Santa Iria que, segundo a tradição oral, foi construída no mesmo sitio onde esteve edificada a casa onde Ela nasceu.

 

 

 

Lendas da nossa terra

24
Fev16

Os navios e a vida

 

Certa vez, um homem sábio foi às docas para observar os navios entrarem e saírem do porto. Percebeu que, quando um navio saía para o alto mar, todas as pessoas no cais festejavam e desejavam boa viagem. Enquanto isso, um outro navio entrou no porto e atracou. De maneira geral, foi ignorado pela multidão.

 

O sábio dirigiu-se às pessoas, dizendo: “Você estão olhando as coisas ao contrário! Quando um navio parte, não se sabe o que virá pela frente, ou qual será o seu fim. Portanto, na verdade não há motivo para celebrar. Porém quando um navio entra no porto e chega ao lar em segurança, este é um motivo para fazê-los sentir alegria.”

 

A vida é aquela viagem e nós somos o navio. Quando nasce uma criança, festejamos. Quando uma alma volta para casa, pranteamos. Porém se víssemos a vida na terra da mesma maneira que o sábio via o navio, talvez pudéssemos dizer: “O navio terminou sua jornada, enfrentou as tempestades da vida, e finalmente entrou no porto. E agora está seguro em casa.

 

O rio da vida

 

Era uma vez um riacho de águas cristalinas, muito bonito, que serpenteava entre as montanhas.

Em certo ponto de seu percurso, notou que a sua frente havia um pântano imundo, por onde deveria passar. Olhou, então, para Deus e protestou:

– Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso e o Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como esse!

Deus respondeu:

– Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele. Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele, a umidade as transformará em gotas que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano. Aí você se transformará em mar…

Lendas da nossa terra

22
Fev16

 

LENDA DAS CAMARINHAS

 

A camarinha, ou camarinheira é um arbusto da família das Empetraceae, endémico em Portugal. Nasce espontaneamente em sistemas dunares ou em matas baixas dos pinheirais da costa atlântica. Produz frutos comestíveis de sabor agridoce e de aspecto leitoso e brilhante como as pérolas (as camarinhas), e delas se confeccionam geleia e compota. A sua rama liberta um cheiro semelhante ao mel.

Trata-se de um arbusto que poderia ser adaptado como ornamental; no entanto é muito pouco observado sem ser no seu estado natural.

 

Também a Lenda das Camarinhas (tal como a do milagre das rosas e muitas outras) tem como protagonista a Rainha Santa Isabel.

Esta mulher, que toda a vida foi compreensão e amor, não era feliz. É sabido da História que el-rei D. Dinis cedo a trocou por várias outras mulheres, de quem tinha filhos que trazia para a corte e que ela própria criou como se fossem seus. Quase esquecida pelo marido, diz a lenda que, no seu desespero, a Rainha, informada pelas aias das "andanças" do esposo, o procurava pelo Pinhal do Rei, montada no seu cavalo. Assim explica o povo a origem das camarinhas.

 

As Camarinhas

Dizem que Santa Isabel,

Rainha de Portugal,

Montando branco corcel,

Percorria o seu pinhal!

 

-“Ai do meu Esposo! Dizei!

Dizei-me, robles* reais!

Meu Dinis! Senhor meu Rei!

Em que braços suspirais?!...

 

Os robles silenciosos

Do vasto Pinhal do Rei

Responderam receosos

– Não sei!...

 

E o pranto da Rainha

Nas suas faces rolava,

Regando a erva daninha

No pobre chão que pisava!

 

– “ Ó meu Pinhal sonhador

Que o meu Rei semeou!

Dizei-me do meu Amor

E se por aqui passou...”

 

Os robles silenciosos

Do vasto Pinhal do Rei

Responderam receosos:

– Não sei !...

 

Mas cristalizou-se o pranto

Em muitas bagas branquinhas

E transformou-se num manto

De brilhantes camarinhas!...

 

Eis que repara a Rainha

Numa casa iluminada...

– “ Quem vela nesta casinha

Numa hora adiantada ?!...”

 

Os robles silenciosos,

Tão tristes que nem eu sei,

Responderam receosos:

– O Rei!...

 

Lendas da nossa terra

06
Fev16

GRUTA DA LAPA DE SANTA MARGARIDA

 

Situada no sopé da Serra da Arrábida, junto ao mar, aonde se chega por barco ou por terra por um caminho construido ali por um ermitão, descendo-se cerca de 200 degraus de pedra até ao local, a gruta da Lapa de Stª Margarida é um lugar invulgar muito visitado ainda hoje, onde se encontra uma capela em estado degradado construida ali no século XVII. Nela existiam 3 imagens (de Nª Srª da Conceição, Stº António e Stª Margarida) nos nichos que se vêm na figura acima mas que desapareceram com o tempo, estando uma delas guardada no Convento da Arrábida.

 Neste lugar faziam-se muitas peregrinações nos séculos passados, principalmente os sírios dos Pescadores vindos nos seus barcos engalanados de todo o lado, e o ambiente tornava-se festivo mas de autêntico Recolhimento Espiritual, onde as pessoas oravam e cantavam unidas pelo mesmo sentimento de fé independentemente de sua convicção pessoal. Hoje não é mais assim e o local até se encontra um tanto desprezado.

 A gruta mede cerca de 22 metros de comprimento (o números de Anciãos ou Sábios) mas como se liga em algumas partes com outras partes mais pequenas, mede na totalidade 40 metros (número referido várias vezes na Bíblia como marco de acontecimentos importantes. Exe: os 40 dias e 40 noites de chuvas no Dilúvio, os 40 dias que Moisés passou no Monte Sinai, os 40 dias que Jesus passou no deserto, etc.), e pode conter até 400 ou 500 pessoas que no acto litúrgico no passado em louvor à Santa ali venerada, em Missa Cantada, com archotes na mão, dava ao tecto (de estalactites) efeitos surpreendentes que impressionavam a nossa visão. Nesta gruta brotava também, de uma fonte, a mais bela e fina água que entretanto deixou de correr por razões que talvez tenham a ver com obstruções de rochas ou galhos secos no percurso da água pela Serra.

 No silêncio da gruta que à entrada faz lembrar a penetração para o "útero materno", ouvem-se as ondas do mar batendo nas rochas, cujo eco no interior torna o local misterioso, quase mágico, perturbado apenas pelo piar persistente de gaivotas que por ali existem, sentindo-se naquele espaço uma estranha sensação mas maravilhosa vibração. (Clicar na imagem acima para viver um pouco esses momentos que ali captei com minha câmara de filmar).

 A verdade é que pouco se sabe porque é que se chama ao local "Lapa de Stª Margarida" e qual das 3 Santas corresponde o mesmo nome de épocas e nacionalidades diferentes (ver aqui), pois que a gruta era mais visitada pelos Pescadores que ali veneravam a Nª Srª da Salvação ou da Galé como ficou sendo conhecida numa lenda que conta que um grupo de pescadores foi perseguido no mar, atacados por um navio corsário, ou piratas sarracenos, que entretanto ficaram encalhados próximo da Lapa onde os perseguidos se salvaram todos. Como tinham invocado a imagem de Nª Srª do Menino Jesus que se encontrava na Gruta, foi então que em memória disso fizeram um barco e colocaram na mão esquerda da imagem, ficando assim conhecida por "Nª Srª da Galé" ou da Salvação. Curiosamente, esta imagem está esculpida também numa parede dos jardins do Convento dos Capuchos na Caparica. (Ver aqui)

 Defronte da lapa, existe um Penedo sobre o qual D.Álvaro de Lencastre (Duque de Aveiro) passava horas nas suas pescarias, ficando assim conhecido como o Penedo do Duque. Esse Penedo, prende-se também a uma lenda do povo que dizia que ali apareciam "monstros marinhos" que apavoravam as pessoas, tradição esta igual à da orla marítima de Sintra onde a voz popular jurava que ali apareciam criaturas marinhas com metade do corpo humano e outra metade com caudas de peixes, cujas narrativas Damião de Góis recolheu e incluiu na sua obra de 1554 Urbis Olisioponis.

 E pronto, fica aqui mais uma pequena contribuição para a divulgação de coisas de Setúbal (Seth-Ubal) e seus mistérios, como cidade cheia de história num país que se chama Portugal (Porto-Graal), faltando este cumprir-se de novo (como dizia Fernando Pessoa) para tempos que trarão novos rumos ao Mundo e Acontecimentos necessários a uma Nova Era Universal.