Lendas da nossa terra
O Milagre das Rosas
Era uma vez ... vivia o Rei D. Dinis com a Rainha Santa Isabel, no Castelo de Leiria.
A Rainha tinha mandado fazer a igreja de Nossa Senhora da Penha, lá no Castelo, onde moravam, na qual trabalhavam muitos alvanéis.
Santa Isabel, que era muito caridosa e dava muitas esmolas aos pobres, o que às vezes contrariava o Rei, que era bom administrador do reino e da sua fazenda, tanto mais que as esmolas da sua mulher eram grandes e repetitivas.
Um dia, levava a Rainha, numa abada do seu manto, grande quantidade de pães para distribuir pelos mais pobres, quando lhe apareceu, de surpresa, seu marido e Rei, que conhecendo demasiado bem o espírito de bem–fazer da Rainha e calculando o que ela levava na aba do seu manto, lhe perguntou:
“Que levais aí, Senhora?”
Ao que a Rainha Santa lhe responde:
“Rosas, Senhor!”
E a Santa Rainha abrindo o manto em que levava os pães destinados aos pobres, deixou-os cair já transformadas em lindas rosas, frescas e viçosas.
O Rei seguiu seu caminho, sorrindo contente e a Rainha ficou mais contente ainda.
O Agulhado
Era uma vez ... já lá vão muitos centénios, ainda a igreja de Nossa Senhora da Pena, ou da Penha, era lindamente ordenada de preciosidades que a tornaram muito bela, como muito belas já eram as suas cantarias.
Entre as coisas valiosas que lá havia contava-se uma relíquia, que era um pequenino osso de São Brás, guardado em uma bolsa de rico pano. E quando algum devoto se sentia amargurado ia àquela igreja e colocava a relíquia em volta do pescoço sentindo-se, quase logo, aliviado.
Consta-se que, um dia, um pobre rapaz, engulira descuidadamente, uma agulha e se lhe atravessara na garganta, causando-lhe grande aflição, quase o sufocando.
Apressadamente o levaram diante de N. S. da Penha e lhe puseram a relíquia ao pescoço.
Teve-se este facto como um milagre de N. S. da Pena e o rapaz ficou sendo conhecido por O Agulhado.