contador de visita

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

http://joaoalegria.blogs.sapo.pt

<div id="sfc33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5"></div> <script type="text/javascript" src="https://counter8.stat.ovh/private/counter.js?c=33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5&down=async" async></script>

http://joaoalegria.blogs.sapo.pt

<div id="sfc33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5"></div> <script type="text/javascript" src="https://counter8.stat.ovh/private/counter.js?c=33p9rmnbqy98b4ahfpn4a6hu3sah3hg5&down=async" async></script>

Lendas da nossa terra

28
Jan16

A "LENDA" DA SEARA DE SARDINHAS NA SERRA DO LOURO (PALMELA )

Ao ver esta tela, lembrei-me de uma história, que alguns contam como lenda, sobre a linda Serra do Louro, em Palmela .

Não se trata de uma lenda, mas sim de um facto que, os palmelões mais antigos , incluindo meus colegas de escola, dessa naturalidade, não gostam de ouvir falar . Com todo o respeito, vou descrever os factos :

- Pelos anos 40 do passado século, por motivos da Guerra Civil de Espanha (1936/39) e a II Guerra Mundial (1939/45) entre muitas outras carências, havia uma que era essencial.

Adubos para a lavoura, por falta de matéria prima importada do Chile, como os s nitratos, ou os azotos e sulfatos extraídos do cobre ou enxofre , apesar destes últimos minerais abundarem no subsolo nacional.

Todavia, a produção mineira estava quase imobilizada por falta de energia e peças para a maquinaria, além de toda a mineração estar voltada para o "volfrâmio", assim chamavam ao urânio.

Em face dessas carências, foi suspenso o chamado "período de defeso" - alguns meses em que não era permitida ou condicionada a pesca da sardinha - e, este peixe era transportado para umas profundas cisternas nas proximidades dos esteiros do Rio Sado, onde fermentava com a adição de inertes e, produziam o que ao tempo, era conhecido por "buano”, corruptela de Guano.

Aconteceu que certo dia, já não havendo espaço nessas cisternas, uma ou duas carradas de sardinhas foram despejadas, pela calada da noite, numa das encostas da Serra do Louro.

De manhã, as sardinhas cobriam extensa área e, desde logo se iniciou a " chacota popular ", feita pelos setubalenses de que, os palmelões agora semeavam sardinha na Serra do Louro .

Aínda hoje, muitos não querem ouvir falar em tal coisa ...

Há um dito popular sobre esse acontecimento, mas referente a uma plantação de sardinhas realmente efectuada, o que não acredito, mas dizia-se que alguém de Palmela plantou sardinhas. Obviamente elas apodreceram e criaram vermes ... e o dito plantador disse : - " Se o que promete vinga, está Palmela inundada de petinga " (a)

Mesmo agora, quando vejo algum amigo de Palmela , interrogo-o se, " a serra das sardinhas este ano está boa ?" .

Não posso transcrever, obviamente , a resposta !

Lendas da nossa terra

23
Jan16

Ana de Bragança

Era uma vez ... já lá vão muitos lustros, um Senhor Infante, homem bem apessoado e insinuante, fez pousada em Leiria.

Vivia, então, na cidade, uma senhora que aparentava uns trinta anos, muito linda e elegante, chamada Ana Ricardina, natural da Praça de Almeida, lá para as bandas da raia, de ascendência espanhola, segundo uns, de raiz portuguesa, segundo outros.

O Senhor Infante viu a linda Ricardina e logo se apaixonou. Amaram-se muito e muito ternamente. E, passados tempos, a Ricardina começou a perder a elegância e a mostrar os sinais da maternidade.

Ia nascer um menino, o seu unigénito.

Mas o Senhor Infante já feito Rei abalou ... e abalou para longe.

E o menino nasceu, mas o pai jamais o viu.

Ele tinha olhado para baixo; ela tinha olhado demasiado para o alto.

Compreensivo e bom pai, não os abandonou.

E a mãe e o filho passaram a viver de uma pensão que um capitão lhe mandava entregar em nome do Senhor Rei.

Mas um dia o capitão morreu e a pensão ... morreu também.

A Ricardina que já era conhecida por Ana de Bragança começou a sentir dificuldades económicas, por falta da pensão. Mas ela era mulher forte e decidida, com sua grande vontade de viver, e, no desejo de amparar o seu menino, fez-se curandeira. Passou a curar a espinhela caída como então se chamava, popularmente, ao estado de fraqueza geral. E assim foi vivendo de saudade do Senhor Rei, até que Deus a chamou a si, aos setenta e dois anos de idade, já lá vão muitos lustros, deixando o seu menino, já feito homem e com geração.

 

A Lenda do Galo de Barcelos

Ao cruzeiro seiscentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico da cidade, anda associada a curiosa lenda do galo. Segundo ela, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não se ter descoberto o criminoso que o cometera.

Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse a S. Tiago de Compostela em cumprimento duma promessa; que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de São Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca.  Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:  - É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.  Risos e comentários não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível, tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. Imediatamente solto, foi mandado em paz.  Passados anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor à Virgem e a São Tiago.

 

O Cavaleiro e o pacto com o diabo

Um cavaleiro nobre, poderoso e rico despendeu todos os seus bens e caiu em muito grande miséria. Tinha uma esposa muito casta e devota da Santíssima Virgem Maria. Havendo uma grande festa na cidade, o cavaleiro queria fazer muitas despesas, mas não tinha mais dinheiro. Por vergonha, foi se esconder numa mata até que passasse a festa.

Estando ele naquele lugar, apareceu-lhe uma criatura muito espantosa em um cavalo assustador, e perguntou-lhe por que estava assim tão triste.

O cavaleiro contou-lhe toda sua história. E a criatura espantosa lhe disse:

— Se quiseres fazer o que eu te mandar, eu te farei ter mais riquezas e mais honras que antes.

O cavaleiro lhe prometeu que faria tudo o que ele quisesse, se ele cumprisse o que estava prometendo. E o demônio lhe disse:

— Vai à tua casa e cava um lugar. Acharás muito ouro. E promete-me que tal dia trarás aqui a tua mulher.

O cavaleiro prometeu. Foi para casa e achou muita riqueza, segundo lhe dissera o diabo, e começou a viver como antes.

Quando veio o dia em que prometera levar sua mulher ao diabo, disse-lhe que subisse em um cavalo, porque haviam de ir longe. Apesar de grande temor, ela não ousou contradizer o marido e foi com ele, recomendando-se a Santa Maria.

Indo eles pelo caminho, viram uma igreja. Ela entrou e o marido ficou fora esperando-a. Enquanto ela rezava devotamente à Santa Virgem, adormeceu.

A Virgem tomou a semelhança daquela mulher, saiu da igreja, montou no cavalo e seguiu viagem com o cavaleiro, o qual pensava que tinha ao lado a sua mulher.

Quando chegaram ao lugar, veio logo o diabo, mas não ousou chegar perto deles. Começou a tremer, a fazer grande barulho e a mostrar grande pavor. E disse ao cavaleiro:

— Ó falso e muito desleal cavaleiro, por que me fizeste tão grande escárnio, e me fazes tanto mal por muito bem que te fiz?

Tu me prometeste que trarias tua mulher, e trouxeste Maria. Eu queria vingar-me da tua mulher, por muitas injúrias que me faz, e tu me trouxeste Esta que me atormenta gravemente e me lança no abismo do inferno.

Quando isto ouviu o cavaleiro, ficou muito espantado e maravilhado, e com temor não pôde falar. E a Virgem disse ao diabo:

— Por tua ousadia e teu atrevimento, presumias matar uma devota minha. Mas não escaparás assim sem pena. Eu te mando que logo desças aos abismos do inferno, e que daqui em diante não cries obstáculos a nenhuma pessoa que me chamar com devoção.

Quando o diabo ouviu isto, partiu logo dali, uivando e fazendo grande barulho. O cavaleiro desceu do cavalo e lançou-se em terra, aos pés da Virgem Maria.

Esta o repreendeu pelo que fizera e mandou-lhe que voltasse, pois acharia sua esposa dormindo na igreja. Mandou que lançasse fora aquelas riquezas conseguidas pelo demônio, e em seguida desapareceu.

O cavaleiro voltou à igreja, despertou sua esposa e contou-lhe tudo o que lhe acontecera. Voltaram para sua casa e lançaram fora o que o demônio tinha conseguido.

                        

Perseveraram em louvores e no serviço da Virgem Maria, muito devotamente, e depois tornaram-se muito ricos a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Lendas da nossa terra

19
Jan16

O Cavaleiro e o pacto com o diabo

Um cavaleiro nobre, poderoso e rico despendeu todos os seus bens e caiu em muito grande miséria. Tinha uma esposa muito casta e devota da Santíssima Virgem Maria. Havendo uma grande festa na cidade, o cavaleiro queria fazer muitas despesas, mas não tinha mais dinheiro. Por vergonha, foi se esconder numa mata até que passasse a festa.

Estando ele naquele lugar, apareceu-lhe uma criatura muito espantosa em um cavalo assustador, e perguntou-lhe por que estava assim tão triste.

O cavaleiro contou-lhe toda sua história. E a criatura espantosa lhe disse:

— Se quiseres fazer o que eu te mandar, eu te farei ter mais riquezas e mais honras que antes.

O cavaleiro lhe prometeu que faria tudo o que ele quisesse, se ele cumprisse o que estava prometendo. E o demônio lhe disse:

— Vai à tua casa e cava um lugar. Acharás muito ouro. E promete-me que tal dia trarás aqui a tua mulher.

O cavaleiro prometeu. Foi para casa e achou muita riqueza, segundo lhe dissera o diabo, e começou a viver como antes.

Quando veio o dia em que prometera levar sua mulher ao diabo, disse-lhe que subisse em um cavalo, porque haviam de ir longe. Apesar de grande temor, ela não ousou contradizer o marido e foi com ele, recomendando-se a Santa Maria.

Indo eles pelo caminho, viram uma igreja. Ela entrou e o marido ficou fora esperando-a. Enquanto ela rezava devotamente à Santa Virgem, adormeceu.

A Virgem tomou a semelhança daquela mulher, saiu da igreja, montou no cavalo e seguiu viagem com o cavaleiro, o qual pensava que tinha ao lado a sua mulher.

Quando chegaram ao lugar, veio logo o diabo, mas não ousou chegar perto deles. Começou a tremer, a fazer grande barulho e a mostrar grande pavor. E disse ao cavaleiro:

— Ó falso e muito desleal cavaleiro, por que me fizeste tão grande escárnio, e me fazes tanto mal por muito bem que te fiz?

Tu me prometeste que trarias tua mulher, e trouxeste Maria. Eu queria vingar-me da tua mulher, por muitas injúrias que me faz, e tu me trouxeste Esta que me atormenta gravemente e me lança no abismo do inferno.

Quando isto ouviu o cavaleiro, ficou muito espantado e maravilhado, e com temor não pôde falar. E a Virgem disse ao diabo:

— Por tua ousadia e teu atrevimento, presumias matar uma devota minha. Mas não escaparás assim sem pena. Eu te mando que logo desças aos abismos do inferno, e que daqui em diante não cries obstáculos a nenhuma pessoa que me chamar com devoção.

Quando o diabo ouviu isto, partiu logo dali, uivando e fazendo grande barulho. O cavaleiro desceu do cavalo e lançou-se em terra, aos pés da Virgem Maria.

Esta o repreendeu pelo que fizera e mandou-lhe que voltasse, pois acharia sua esposa dormindo na igreja. Mandou que lançasse fora aquelas riquezas conseguidas pelo demônio, e em seguida desapareceu.

O cavaleiro voltou à igreja, despertou sua esposa e contou-lhe tudo o que lhe acontecera. Voltaram para sua casa e lançaram fora o que o demônio tinha conseguido.

                        

Perseveraram em louvores e no serviço da Virgem Maria, muito devotamente, e depois tornaram-se muito ricos a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Lendas da nossa terra

14
Jan16

O Milagre das Rosas

Era uma vez ... vivia o Rei D. Dinis com a Rainha Santa Isabel, no Castelo de Leiria.

 

A Rainha tinha mandado fazer a igreja de Nossa Senhora da Penha, lá no Castelo, onde moravam, na qual trabalhavam muitos alvanéis.

Santa Isabel, que era muito caridosa e dava muitas esmolas aos pobres, o que às vezes contrariava o Rei, que era bom administrador do reino e da sua fazenda, tanto mais que as esmolas da sua mulher eram grandes e repetitivas.

Um dia, levava a Rainha, numa abada do seu manto, grande quantidade de pães para distribuir pelos mais pobres, quando lhe apareceu, de surpresa, seu marido e Rei, que conhecendo demasiado bem o espírito de bem–fazer da Rainha e calculando o que ela levava na aba do seu manto, lhe perguntou:

“Que levais aí, Senhora?”

Ao que a Rainha Santa lhe responde:

“Rosas, Senhor!”

E a Santa Rainha abrindo o manto em que levava os pães destinados aos pobres, deixou-os cair já transformadas em lindas rosas, frescas e viçosas.

O Rei seguiu seu caminho, sorrindo contente e a Rainha ficou mais contente ainda.

 

O Agulhado

Era uma vez ... já lá vão muitos centénios, ainda a igreja de Nossa Senhora da Pena, ou da Penha, era lindamente ordenada de preciosidades que a tornaram muito bela, como muito belas já eram as suas cantarias.

Entre as coisas valiosas que lá havia contava-se uma relíquia, que era um pequenino osso de São Brás, guardado em uma bolsa de rico pano. E quando algum devoto se sentia amargurado ia àquela igreja e colocava a relíquia em volta do pescoço sentindo-se, quase logo, aliviado.

Consta-se que, um dia, um pobre rapaz, engulira descuidadamente, uma agulha e se lhe atravessara na garganta, causando-lhe grande aflição, quase o sufocando.

Apressadamente o levaram diante de N. S. da Penha e lhe puseram a relíquia ao pescoço.

Teve-se este facto como um milagre de N. S. da Pena e o rapaz ficou sendo conhecido por O Agulhado.

Lendas da nossa terra

13
Jan16

O Bodo do Pão e do Queijo

Era uma vez ... ali no Terreiro, que depois veio a chamar-se “Terreiro do Pão e Queijo” e hoje é o Largo Cândido Reis, mas mais conhecido pela antiga denominação de “Terreiro”, havia uma mulher que tinha uma venda.

Um dia, tocada pela ganância de maiores lucros e menores trabalhos, a taberneira foi-se a um poço que tinha na sua casa e dele tirou a água com que baptizou o vinho que tinha para vender aos seus fregueses, sem saber que a água era salgada.

E fez isto uma vez, e outra vez, mais algumas vezes sem que ninguém descobrisse a trapaça da vendedeira.

Mas, como diz o nosso povo: “O homem cobre e Deus descobre.” Assim foi também desta vez, pois um belo dia os fregueses começaram a perceber que o vinho estava salgado, o que muito entristeceu a mulher que de pronto mandou tapar o poço.

A taberneira, que era boa mulher, deu de se arrepender da sua boa acção e fez logo testamento legando todos os seus haveres à Confraria do Espírito santo, de Leiria, com a condição de com o seu rendimento dar, todos os anos no 1º de Maio, aos pobres da cidade, um bodo de pão e queijo.

E assim se fez durante muitos e muitos anos, até que os confrades se esqueceram da obrigação que aquele legado lhes impunha, empregando tais rendimentos em despesas que não obedeciam à intenção da testadora.

Uma vez, o Bispo Dom Dinis de Melo, tomou conhecimento e ordenou, por provisão de Abril de 1632, que o pão amaçado e o queijo comprado se dividisse em três quinhões e se distribuíssem, um para os pobres, outro para os pobres envergonhados e o terceiro para os pobres que ocorressem à casa onde era hábito dar o bodo.

Aquela provisão bispal foi confirmada por outra de D. Pedro Barbosa, também Bispo da Diocese de Leiria, datada de Abril de 1637.

Depois da morte da vendedeira, o dono da casa, Manuel de Campos, mandou atulhar o poço.

No último quartel do século passado, a Rua do Pão e Queijo, onde estava situada a venda e até onde chegava o Terreiro em tempos passados, mudou o nome, assim se esquecendo uma designação que era secular e criada pelo poço.

 

 

Provérbios e Adivinhas

13
Jan16

Provérbios

Mais fácil é o burro perguntar do que o sábio responder.

Mais fere a palavra do que a espada.

Mais homens se afogam num copo do que no mar.

 

Janeiro fora, cresce uma hora.

Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.

Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado.

Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.

 

Janeiro quente, traz o diabo no ventre

 

Adivinhas

 

"No monte nasce,

no monte se cria,

chega a casa

com a tia."

Solução: Urze

 

"Sou velha, ninguém o nega,

foi-se a minha mocidade,

mas ainda desta idade

Deus de filhos me carrega.

O Inverno me faz cega,

olhos me abre o Verão,

tenho um filho por brasão,

que é muito forte e valente,

faz perder a muita gente,

honra, brio e distinção."

Solução: Videira

 

"Que é, que é,

que nasce nuns pauzinhos,

redondinho como bugalhinhos

e é tão aternegado

que até aos pés é calcado?"

Solução: Uva

Passe o cursor a seguir à palavra solução

Lendas da nossa terra

09
Jan16

LENDA DE VILA FRESCA

 

A origem do nome de Vila Fresca de Azeitão, está ligado a diversas interpretações, algumas mesmo com tradição lendária. Uma dessas, diz respeito ao Chafariz que se encontra junto à Igreja de São Simão, perto de uma das entradas para o Palácio da Quinta da Bacalhoa. Como tal, vamos caracterizar o local, para uma melhor compreensão da lenda:

- O Chafariz de Vila Fresca é uma obra anterior ao exercício do poder municipal de Machado de Faria, mas do seu consulado deverá ter recebido alguns importantes benefícios. Segundo a tradição oral e os indícios documentais, estará implantado no local onde existia a fonte da Ermida de São Simão.

É uma fonte de porte simples, mas harmonioso. Estrutura-se numa parede alta, de perfil superior recortado, limitada por duas pilastras, em cantaria das quais parte um frontão triangular, encurvado, debruado a cantaria, no topo do qual se forma uma cimalha rematada por uma urna rectangular .

O tanque ou bacia do chafariz, talhado em cantaria, é de bordos redondos. O corpo bojudo, de oito gomos, forma um amplo círculo abatido, cujas extremidades se vêm incrustar no espaldar, junto às pilastras. Para o tanque correm duas bicas, saídas da boca de carrancas coroadas e, igualmente, esculpidas em cantaria.

A soleira formando amplo patamar rectangular, com um degrau, é forrada por lajes de mármore e de cantaria , algumas delas, lápides com inscrições tumulares, originárias do antigo pavimento removido da igreja de São Simão.

Tanque e carrancas aparentam muito mais antiguidade do que o restante conjunto. O mesmo se passa quanto ao pavimento que, como é natural, para além do desgaste do uso, são lajes tumulares do século XVI, que deveriam ter merecido melhor destino ...

A alguns metros do chafariz há um grande bebedouro para animais, que era, também, abastecido pelas águas do Rio de São Simão, sendo o excedente canalizado para rega da quinta que lhe fica a jusante.

Ao chafariz de Vila Fresca - e ao próprio topónimo da povoação - prende-se uma “lenda” que, como quase todas, está ligada a um acontecimento real (aqui, o termo tem duplo sentido) que lhe deve ter dado origem. Eis o facto, noticiado no jornal “O Século” no dia seguinte ao acontecimento :

- No dia 1 de Agosto de 1903, o rei D. Carlos e a rainha Dona Amélia, acompanhados pelo seu ajudante de campo e por um administrador da Casa de Bragança visitou, pela primeira vez, o Palácio da Bacalhoa que recentemente tinha adquirido, em conjunto com o da Pacheca. As reais personagens e acompanhantes, tinham vindo de Lisboa para o Barreiro, em vapor, e desta vila, para Palmela, em comboio especial. De Palmela até Vila Fresca a viagem foi feita de carruagem .

Como se presume tenha acontecido, teria dado a volta pela “Ferradura” , atravessando Vila Fresca, tendo a carruagem parado junto à fonte para que os passageiros entrassem na quinta, pela porta que está transversal à igreja ... Aqui, a rainha teria manifestado aos presentes, o seu agrado pelo ameno clima que estava desfrutando e pela frescura das águas, - provavelmente - sentida ao instintivamente contactar com o fluxo que corria das carrancas do chafariz.

 

Deste facto, ou de outro semelhante, visto que a Bacalhoa desde há muito recebia visitas reais, teria nascido a lenda, que segundo a mais perfilhada tradição oral, teria acontecido assim : (há outras versões)

- “ A Rainha que tinha vindo passear por estas bandas, a certa altura do percurso teve sede e, mandou que lhe procurassem uma fonte de água pura para a saciar. Trouxeram-na até “Vila do Freixo”, onde se apeou e, na fonte de São Simão, bebendo de suas cristalinas e puras águas satisfez plenamente o seu desejo.

... Depois, foi até às “Entrecercas”, onde se deliciou sob a sombra dos seus soberbos plátanos e graciosas faias e freixos ...

... Aspirou os ares puros e refrescante da amena brisa que lhe chegava perfumada pelo odor inebriante das tílias e jasmins da Quinta do César, que lhe estava próxima ...

Tão deliciada ficou que, indagando da comitiva como se chamava o sítio onde tão bem se sentia, lhe informaram :

- “Vila do Freixo”, Senhora ...

- “Que se passe a chamar Vila Fresca”, ordenou a Rainha .

Lendas da nossa terra

07
Jan16

.

 

 

A Moeda de Prata

Era uma vez ... estava-se a 14 de Outubro do ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1605. Ali para os lados de São Silvestre, da freguesia de Colmeias, vivia um velhinho, chamado Henrique Dias, com a sua filha, uma moça casadoira, que se sentia muito doente.

 Volta e meia começava ela a rebolar-se no chão, com muitas dores.

 Naquele dia, já o sol era nado, teve um ataque que a fez estrebuchar longamente, pois tinha, como dizia o povo, o diabo no corpo.

 Alguns vizinhos, condoídos da triste sorte da rapariga, que viam tão dorida e lacrimosa, levaram-na à igreja para que Nossa Senhora da Pena lhe valesse.

 Era a hora da Santa Missa e a igreja estava cheia de fiéis. A moça foi levada até próximo do altar e, olhando para a imagem de Nossa Senhora, logo teve um afrontamento e quando estava quase a desmaiar teve um vómito mais violento e expeliu, pela boca, uma moeda de prata, de vintém.

 A rapariga de pronto se endireitou e, sentindo-se curada, rezou a Nossa Senhora com tanta devoção como até então nunca fizera.

 

 

A Princesa Zara

Era uma vez ... nos tempos já muito distantes do Rei Afonso, que do norte vinha para o Sul, conquistando terras e mais terras que estavam na posse da moirama, chegou ele às proximidades de Leiria cuja terra conquistou também.

 Aqui construiu um castelo rouqueiro, que entregou à guarda dos seus guerreiros, abalando à conquista de mais terras, a construir um Portugal maior.

 Os mouros sabendo do castelo pouco guardado, voltaram e, após uma luta porfiada, venceram os guardas do castelo e tomaram-no.

 Passou a ser por essa altura, seu guardião, um velho mouro que vivia com sua filha, uma linda moura de olhos esmeraldinos e louros cabelos entrançados, chamada Zara.

 

Um dia, já o sol se escondia no horizonte sob nuvens acobreadas, a linda moura, estava à janela do castelo voltada ao Arrabalde, a pentear os cabelos encanecidos de seu velho pai, quando viu ao longe uma coisa que lhe pareceu estranha, mesmo muito estranha.

 

Que viu a linda princesa castelã, de olhos verdes de esmeralda?

 

Viu o mato a deslocar-se de um lado para o outro e também em direcção do castelo.

 

Foi então que a linda princesa castelã perguntou ao seu velho pai:

“Oh! Pai, o mato anda?” Ao que o pai da linda princesa, respondeu:

“Anda, sim, minha filha, se o levam.”

 

E o mato era levado, sim, mas pelos guerreiros cristãos do Rei Afonso, que se escondiam atrás de paveias de mato que cortaram e ajuntaram para avançarem para o castelo sem serem vistos.

 

E avançaram, avançaram cautelosamente, até que já próximo da porta chamada da traição, correram, passaram-na lestamente e conquistaram o castelo.

 

Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem de seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.

Lendas da nossa terra

02
Jan16

 

 

A Fonte da Barroquinha

Era uma vez ... em dia já muito recuado na lonjura dos tempos, em pleno verão escaldante, o rei passava com a sua corte ali junto a Maceira.

O rei sentia os ardores da sede.

Ao passar roçando uma rocha, o poderoso rei, sem poder parara para matar a grande sede que o atormentava, gritou em desespero e tom eivado de maldição, para os seus acompanhantes:

“Maldito cavalo que não escoicinha esta rocha até fazer água a fartar.”

Palavras não eram ditas e o cavalo real, como se tivesse compreendido a fala irada do seu dono, dá uma forte parelha de coices na rocha que fez estremecer céu e terra.

A escoicinhadela foi tão violenta que o rei teve de se amparar com a sua espada na rocha, no mesmo sitio onde o cavalo do rei escoiçara. Mas a espada, de fraca resistência, encontrou e furou a rocha, e, do furo aberto, jorrou água abundante e fresquinha que dessedentou o rei e toda a sua comitiva.

O povo vendo aquela fartura de água tão fresca, onde sempre tudo fora secura, começou a escavar na parte mais baixa da rocha e ali abriu uma pequena barroca, por onde começou o jorramento do precioso líquido refrescante, que nunca mais findou e ainda hoje continua correndo onde se levantou mais tarde, a chamada Fonte da Barroquinha.