Portugal (antigo)
Pus-me um dia a percorrer
este lindo PORTUGAL,
pois queria ver, sentir
seu encantos sem igual.
Fui e vi campos no Minho
Sempre mimosos e frescos,
e vi as gentes minhotas
com seue trajos pitorescos.
Em Trás-os-montes alpestres,
com os seus vales sombrios,
vi águas dos altos montes
despenharem-se nos rios.
E no Douro verdejante,
com vinhedos e choupais,
ouvi rouxinóis à noite
cantar suspiros e ais.
Nas acidentadas Beiras
vi brilhar a branca neve,
perto das "Penhas Douradas"
onde o ar é já mais leve.
Percorri a Estremadura,
"Que lindas, férteis campinas,
onde cresce o loiro trigo
e pastam vacas turinas".
No Alentejo vi as messes
ondeando como o mar,
e muitas casinhas brancas
como noivas a noivar.
E mais ao sul, no Algarve,
terra das amendoeiras,
vi os quentes, doces frutos
que pendem lá das figueiras.
Mas não para aqui o encanto
que deslumbra o meu olhar,
vamos meu coração, vamos
para as terras de além-mar.
Onde os Açores emergem,
como pérolas mimosas,
e onde a ilha da Madeira
tem o perfume das rosas.
E por sua formosura
é a "Princesa - dos - mares"...
Mais adiante, Cabo-Verde
e a Guiné com seus palmares.
São Tomé e as suas roças
em Angola descansei
sob os ramos de um embudeiro
e a sua sombra gozei.
Passo o Cabo e Moçambique
que tão lindo porto tem;
depois, Diu, Damão e Goa,
Macau e Timor também.
E de t udo quanto vi,
Trouxe esta impressão final:
Que não terra tão linda,
Como o nosso PORTUGAL.
Liçao extraida do livro da quarta classe
de 1946